Condenação de jornalista é atentado à democracia, afirma Marcelino Galo

O presidente da Frente Parlamentar Ambientalista da Bahia, deputado estadual Marcelino Galo (PT), usou a tribuna da Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira (30), para repudiar a condenação do jornalista baiano Aguirre Peixoto. Galo considerou a decisão um retrocesso, atentado à democracia e liberdade de imprensa que, em sua opinião, “abre um precedente extremamente perigoso a ação democrática do livre informar”. Matérias assinadas para o jornal A Tarde, em 2010, em que a devastação da Mata Atlântica de Salvador por empresas do setor imobiliário era denunciada por Aguirre Peixoto motivou a ação e condenação judicial do jornalista. Ele foi condenado à prisão de seis meses e seis dias em regime aberto pelos crimes de calúnia, injúria e difamação.

“Externo nesta Casa minha preocupação com a condenação do repórter e jornalista Aguerrie Peixoto por conta do seu exercício profissional, do trabalho com o jornalismo investigativo. Este é um precedente extremamente perigoso. Quando sabemos que há ações em maior número sendo processadas em características idênticas. Não há processo contra empresas, só contra os profissionais, o que soa estranho. Minha solidariedade aos profissionais de imprensa. (Essa condenação) é um atentado contra a democracia, contra a liberdade de imprensa. Não podemos permitir esse retrocesso que no fundo visa coibir a ação democrática do livre informar, da liberdade de imprensa de investigar. Condeno veementemente esse tipo de ação, que não usou da violência física, mas usou a violência de condenar para acuar os profissionais da imprensa”, afirmou Marcelino Galo.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado (Sinjorba) informou através de nota à imprensa que, além de Aguirre Peixoto, também são alvo das ações judiciais os repórteres Biaggio Talento, Regina Bochichio, Patricia França, Vitor Rocha, Felipe Amorim e Valmar Fontes Hupsel Filho. Este último responde a uma ação civil que tem pedido de indenização de R$ 1 milhão. A ação contra o jornalista também foi repudiada pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).