Durante reunião da Coordenação Ampliada do Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos, realizada nesta terça-feira (6), no Ministério Público, em São Paulo, o deputado estadual Marcelino Galo (PT) classificou como preocupante o crescente uso desses princípios ativos na produção de alimentos no Brasil. No país, o uso de agrotóxicos atinge 70% dos alimentos, a exemplo de frutas, verduras e legumes, que registram concentração de produtos químicos acima do permitido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No encontro o parlamentar lembrou que o Brasil continua a ser o maior consumidor, importador e contrabandeador de agroquímicos no mundo. A Bahia aparece em 7º lugar no ranking nacional de uso de agrotóxicos. O estado concentra 46% dos agrotóxicos utilizados na produção de alimentos no nordeste. Entre os agrotóxicos proibidos no exterior e ainda em uso no Brasil estão Tricolfon, Cihexatina, Abamectina, Acefato, Carbofuran, Forato, Fosmete, Lactofen, Parationa Metílica e Thiram. No país, segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde, 500 mil pessoas são contaminadas, anualmente, por ano Agrotóxicos.
“É preocupante o quadro atual. O uso indiscriminado de agrotóxicos tem causado severos danos ambientais, à biodiversidade, contaminando o solo, o lençol freático, exterminando até abelhas, fundamentais na polinização, e impactando severamente também à saúde humana, sobretudo do pequeno agricultor que, na ponta, sem nenhuma assistência técnica, faz uso indiscriminado dessas substâncias, inclusive com coquetéis, misturando vários desses princípios ativos sem saber das graves consequências que isso terá sobre sua vida”, analisou Galo, indicando que cresce no país os índices de intoxicação alimentar, câncer, depressão, problemas neurológicos e até genéticos relacionados a presença de agrotóxicos nos alimentos. “Isso tudo acarreta enorme custo ao Sistema Único de Saúde. Tornou-se, portanto, um grave problema ambiental e de saúde pública, que precisa ser encarado de frente pela sociedade, pelos produtores e pelas autoridades constituídas”, enfatizou o deputado, que é vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente, Seca e Recursos Hídricos da Assembleia Legislativa.
O encontro que analisou o uso e a presença de agrotóxicos no Brasil contou com a participação de representações dos Fóruns estaduais de combate aos impactos dos agrotóxicos de 22 estados, incluindo o da Bahia, do Ministério Público do Trabalho, Ministério Público Federal, da Fiocruz e da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida.