“Trabalhadores não podem ser penalizados pelos crimes dos donos da JBS”, afirma Galo

“Não podemos permitir que trabalhadores sejam penalizados”, avalia Galo.

Na audiência pública que discutiu a situação dos trabalhadores da JBS e demais empresas do grupo J&F Investimentos, na Bahia, nesta segunda-feira (30), na Assembleia Legislativa, o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública, deputado Marcelino Galo (PT), afirmou que a classe trabalhadora não pode pagar pela crise econômica e pelos crimes cometidos pelos donos da companhia. No estado, dos 7 mil empregos do setor frigorifico, o Grupo JBS responde por 2.500 nas duas plantas em operação nos municípios de São Gonçalo dos Campos e Itapetinga. “É preciso punir, rigorosamente, os criminosos, mas preservar os empregos e direitos da classe trabalhadora e as economias dos municípios”, disse o parlamentar, lembrando que o acordo de leniência do Ministério Público Federal (MPF) com a JBS não prevê medidas compensatórias aos funcionários em caso de venda ou fechamento das unidades. “Os direitos dos trabalhadores precisam ser assegurados, não podemos permitir que eles sejam prejudicados em caso de venda ou fechamento das fábricas”, enfatizou Galo.

No evento, representantes sindicais, que defendem os trabalhadores, enfatizaram que é preciso punir corruptos e corruptores, mas preservar as empresas e os empregos do desmonte. “Não estamos aqui para defender nenhum tipo de corrupto. É preciso punir o CPF, não o CNPJ”, afirmou o diretor da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentos e Afins no Estado da Bahia (FETIABA) e Presidente SINDICARNE – BA, Ronielson Conceição. “Infelizmente, qualquer impacto mais negativo no negócio dessas empresas vai ter um efeito extremamente negativo à economia dos municípios, onde normalmente essas empresas são grandes empregadoras, fazendo com que toda cadeia econômica entre em colapso”, observou Ana Georgina, supervisora técnica do Dieese na Bahia.

Também participaram da audiência pública Carlos Alberto Oliveira, advogado do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e afins da Bahia, Marthius Sávio Cavalcante, advogado da Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação da CUT (CONTAC CUT), Siderlei Silva de Oliveira, Presidente da Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação da CUT (CONTAC CUT), Celio Alves Elias, Diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Industria da Alimentação de Criciúma e Região – SC (SINTIACR).