Teatro Vila Velha inicia comemorações pelo aniversário de 54 anos com audiência pública

“A cultura é o que nos faz mais humanos”. Essa frase foi a tônica das discussões realizadas nesta quarta-feira (13), durante a audiência pública “O Vila Reage e se Reinventa”, em comemoração aos 54 anos do Teatro Vila Velha. A atividade foi proposta pelos deputados estaduais Marcelino Galo e Neusa Cadore, como forma de visibilizar a importância deste teatro para a nossa cultura.

O Vila Velha nasceu em plena ditadura militar e sempre foi lugar de troca e construção mútua entre artistas e a sociedade. O teatro já abrigou debates, peças teatrais, musicais, montagens, dança, e tantas outras manifestações culturais, muitas delas premiadas no cenário nacional.

“Para mim é uma emoção muito grande promover esta atividade. Sempre estive aqui como espectador das atividades, sentado na plateia, e hoje estou aqui refletindo sobre este espaço sagrado para a cultura baiana”, disse o deputado estadual Marcelino Galo.

O deputado falou ainda sobre os ataques recorrentes à cultura no atual contexto político do país.”Vivemos uma situação muito difícil no Brasil, depois do golpe contra a ex-presidente Dilma, em 2016. E de lá para cá temos visto um ataque sistemático a nossa cultura, com os diversos cortes de recursos ao Ministério e mais recentemente, o cancelamento da verba do que é arrecadado com as loterias para a cultura. Precisamos resistir e ir à luta, de forma determinada, contra esses desmontes”.

A coordenadora do Vila Velha, Bianca Araújo, discursou sobre a importância de manter o teatro vivo. “Sou uma eterna admiradora e grata por estar nesse lugar. De fato, é muito gratificante e relevante esse momento aqui, porque é fundamental o convite a todos e todas à reflexão sobre o lugar da cultura na sociedade. E o Teatro Vila Velha está neste lugar, também  de reivindicação do papel do artista profissional e das artes como elemento fundamental para a economia”.

O Vila Velha completa 54 anos, no próximo dia 13 de julho e tem buscado a cada ano se reinventar, em um momento de homogeneização de pensamento e do consumo da arte adestrado pela indústria, inclusive com ações que aproximem as pessoas do espaço. Como o projeto “Vila na Copa e Cozinha”, que durante a Copa do Mundo deverá atrair a população de Salvador para o teatro, que além da exibição dos jogos, terá uma programação semanal especial.

Participaram da audiência Márcio Meirelles, diretor-artístico do Vila Velha; Renata Dias, da Fundação Cultural do Estado da Bahia; Sílvio Humberto, presidente da Comissão de Cultura na Câmara de Vereadores de Salvador; Fernando Teixeira, Conselho Estadual de Cultura; Toni, representante do mandato da deputada Neusa Cadore e Flávio Gonçalves, diretor do IRDEB.