A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em negar a concessão do habeas corpus à defesa do ex-presidente Lula foi criticada pelo deputado estadual Marcelino Galo (PT). O parlamentar avalia que a Constituição foi desrespeitada ao não se considerar o direito à presunção de inocência e analisa que a medida do STF reflete a luta de classes que se cristalizou no Brasil depois das eleições de 2014.
“O ex-presidente Lula tem todo o direito, previsto na Constituição Federal de 1988, segundo o princípio da Presunção de Inocência, de recorrer às instâncias superiores em liberdade. Mas querem eliminar a maior liderança política desse país, o operário e nordestino, na tentativa de impedir sua participação nas eleições deste ano”, avaliou. Para Galo, a decisão da Corte comprova que “as injustiças estão institucionalizadas”, já que Lula foi condenado sem provas, e que “o golpismo se alastrou”, como “previra”, em 2016, o senador Romero Jucá (MDB).
“Quando a bíblia da cidadania e bússola dos Poderes da República é rasgada, para atender a pressão da grande mídia, do capital financeiro e de setores da direita fascista, “num grande acordo nacional”, alastrando o golpismo, é a democracia que está ameaçada”, enfatizou o deputado, que criticou o flerte dos militares com a possibilidade de intervenção militar no Brasil. “O militarismo não irá salvar o país. A História comprova isso. Quem defende esse absurdo comete um crime contra a Lei de Segurança Nacional e deve, esses sim, sofrer punição conforme prevê nossa legislação”, pontuou Marcelino, que defende mobilização popular contra a prisão de Lula. “Defender e proteger a democracia é defender nossa soberania, os direitos sociais do povo brasileiro e nosso futuro civilizatório”, pontuou.