Marcelino Galo defende incentivos que fortaleçam cultura do cacau na Bahia

Durante o 1º seminário territorial da cacauicultura familiar, promovido pelo Território Médio Rio das Contas, Câmara Territorial do Cacau e do Chocolate-CTCC, na AABB em Ipiaú, nesta sexta-feira (24), o coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista da Bahia, deputado estadual Marcelino Galo (PT), defendeu um conjunto de políticas que reative e fortaleça a cultura cacaueira no Brasil. Entre as medidas sugeridas pelo parlamentar está o fortalecimento da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), com a ampliação do orçamento e do quadro de funcionários do órgão, incentivoà constituição de cooperativas de comercialização dos produtos, capacitação dos agricultores, crédito subsidiado e de longo prazo aos agricultores familiares para formação de novas áreas de cacauais e de todo o processo produtivo e a criação deum selo certificado de Produto Orgânico aos produtos provenientes de propriedades “que não fazem uso de adubos químicos e de agrotóxicos”.

“Se houver medidas que incentivem o retorno ao cultivo do cacau, como o melhoramento das estradas, garantia de preços mínimos para a cultura, gratificação às famílias que contribuírem na preservação das nascentes, das matas ciliares e da Mata Atlântica, vamos recuperar a lavoura e toda cadeia produtiva que tem singular importância para a Bahia”, analisou Marcelino,que é engenheiro agrônomo. Ele lembrou que 62% da produção do cacau na região surgem da agricultura familiar e que mais de 50% da produção do fruto no Brasil pertence à Bahia. “Isso demonstra a importância da cultura para nosso estado”, observou, ao sugerir a constituição de mini-indústrias articuladas com a recuperação das lavouras para assegurar agregação de valor a partir da fabricação de chocolates e de outros produtos que têm como base o cacau.

O encontro reúne em Ipiaú desde quinta-feira (23) produtores, agricultores familiares, pesquisadores e autoridades da região, que participam de palestras, oficinas e visitam estandes com exposição de chocolate produzindo no Sul da Bahia e produtos da agricultora familiar. Apenas hoje, segundo os organizadores, 300 pessoas participaram do evento. Da amêndoa de cacau, além do chocolate, se produz, entre outras iguarias, a geleia, licores, balas e suco. Na década de 70, o Brasil foi o maior produtor de cacau no mundo. Atualmente, o país ocupa o 6º lugar e é o terceiro país que mais consome chocolate no planeta, com 790 mil toneladas por ano.