Autor do projeto de Lei que institui a Política Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica, o deputado estadual Marcelino Galo (PT) destacou a importância da Caravana Agroecológica, evento que passou pelas cidades de Campo Formoso, Jacobina, Casa Nova, Remanso, Campo Alegre de Lourdes, em três dias de jornada, e termina nesta sexta-feira (30), no Espaço Plural da Univasf, em Juazeiro. Reunindo mais de 70 lideranças, o grupo levou aos seis municípios visitados reflexões sobre modelos de desenvolvimento e sistemas agroalimentares a partir de elementos comuns as bacias hidrográficas e teve como proposta dar visibilidade a denúncias, conflitos e experiências de resistência e organização de comunidades das cidades visitadas.
“É um movimento muito importante, de conscientização popular, sobre os impactos do uso indiscriminado de agrotóxicos, dos impactos a vida do homem resultantes das agressões ao meio ambiente e às comunidades tradicionais. Sabemos como é perverso sobre as comunidades os impactos da mineração, do conflito fundiário, e até mesmo do conflito por água, que violam, criminosamente, direitos humanos fundamentais”, afirmou Galo, que preside a Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública e é vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente, Seca e Recursos Hídricos da Assembleia Legislativa. “Essa integração, envolvendo estudantes, representantes das universidades, de órgãos, como o Ministério Público, movimentos sociais e entidades populares é fundamental para conhecer melhor a realidade e necessidades locais, fortalecer a luta e o trabalho dos comitês em prol dos direitos e de políticas públicas que garantam o desenvolvimento sustentável das comunidades tradicionais, como quilombolas, pescadores e fundos de pasto. Essa união de forças, não tenho dúvidas, faz muita diferença nessa luta em prol do interesse comum, coletivo, que diz respeito a todos nós”, enfatiza o parlamentar, também autor de projetos de Lei que defendem o apoio a produção de alimentos livres de veneno na Bahia.
Realizadas em todo o Brasil desde 2013, as Caravanas Agroecológicas envolve diferentes atores sociais. A do Semiárido Baiano foi construída desde agosto do ano passado, com a participação de cerca de 30 organizações dos âmbitos federal, estadual e que atuam na região do Submédio do São Francisco. O grupo produziu um diagnóstico e uma análise crítica feita por pesquisadores, comunidades, técnicos e integrantes de movimentos populares, que será apresentado ao Ministério Público da Bahia como forma de pressionar por políticas públicas e sociais que fortaleçam a luta de comunidades tradicionais, experiências agroecológicas e de convivência com o Semiárido Baiano.
Também participaram da Caravana Agroecológica representantes da Fundação Osvaldo Cruz, da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), do grupo de pesquisa do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia, Geografar, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), do Fórum Baiano de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), entre outros.