Em umvídeo publicado em sua página no Facebook, nesta terça-feira (19), o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembleia Legislativa da Bahia, deputado estadual Marcelino Galo (PT), alertou que os direitos dos trabalhadores assegurados na CLT, a classe média, os mais pobres, a legislação ambiental e os movimentos sociais serão os principais afetados caso o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff também seja aprovado pelo Senado Federal. Para o parlamentar, com a parceria PMDB / PSDB haverá um aprofundamento do neoliberalismo, com o FMI dando às cartas, que resultará na flexibilização da legislação trabalhista, a destruição da legislação ambiental e o fim gradativo dos programas sociais, como Bolsa Família, Prouni, Pronatec, Minha Casa Minha Vida e o programa de Cotas nas Universidades, que contribuíram para a diminuição das desigualdades sociais no Brasil na última década. Galo lembrou ainda que a argumentação de deputados na sessão do plenário da Câmara, que votou no domingo (17) a admissibilidade do processo na Casa, comprovou aos brasileiros que a presidente Dilma Rousseff não cometeu crime.
“Ali ninguém comprovou, ninguém julgou de fato o chamado crime de responsabilidade alegado para o impeachment da nossa presidenta. O que nós vimos nesse domingo, na verdade, foi uma das manifestações mais grotesca explicitada ali, nos interesses mais obscuros”, frisou o parlamentar ao se referir as bancadas da Bala, do Boi e da Bíblia e a menção feita ao torturador Coronel Ustra, responsável, entre outros crimes, por colocar ratos em genitálias de mulheres torturadas no regime militar, como a presidenta Dilma, que lutavam por democracia no Brasil.
O programa Ponte para o Futuro, apresentado por Michel Temer para eventual governo do PMDB, que estabelece idade mínima de aposentadoria e flexibiliza as leis trabalhistas, também foi criticado por Galo. “O que está por vir ali, se esse golpe ocorrer, é o desmonte da legislação trabalhista, é a criminalização dos movimentos sociais. Então, isso não podemos permitir. Precisamos ficar em alerta e mobilizados”, enfatizou Marcelino, criticando também o fascismo no Brasil. “Precisamos também ficar muito atentos ao perigo que é esse germe do fascismo em nossa sociedade, onde a intolerância politica e religiosa se manifesta da forma mais odiosa e violenta. Queremos uma sociedade mais justa, igualitária, que abarque toda a diversidade, as diferenças e que seja generosa com seu povo. Esse é o Brasil que queremos, o Brasil da democracia”, pontuou o parlamentar.