Audiência Pública busca informações sobre paradeiro do militante político João Leonardo

A Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembleia Legislativa da Bahia, presidida pelo deputado estadual Marcelino Galo, realiza, neste sábado (23), às 8 horas, uma audiência pública na Câmara de Vereadores da cidade de Palmas de Monte Alto, para levantar informações que leve ao paradeiro dos restos mortais do militante político João Leonardo, morto no município, no sertão da Bahia, em suposto confronto com policiais militares em junho de 1975, período em que o Brasil vivia sob o regime de exceção.

A audiência ocorre em parceria com o Grupo Tortura Nunca Mais e o Centro Político Cultural João Leonardo e terá as presenças de Ivan Seixas, ex-preso político e membro da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Ana Corbisier – ex-presa política e membro do Movimento de Libertação Popular (MOLIPO), mesma organização política de João Leonardo, Celso Horta – ex-preso político, jornalista e Biógrafo de João Leonardo e Diva Santana, do Grupo Tortura Nunca Mais – Bahia.

De acordo com Galo, o objetivo é reunir informações a partir de relatos de camponeses, trabalhadores e moradores que acompanharam o caso na época e tinham alguma relação com João Leonardo. Ele acrescenta que isso pode contribuir com as buscas dos restos mortais do estudante de direito, professor e militante do Movimento de Libertação Popular (Molipo), organização dirigida por Carlos Marighella, que foi perseguido pelo Regime Militar.

“É preciso que se esclareçam as circunstâncias, as motivações e, sobretudo, tenhamos informações que leve ao paradeiro dos restos mortais de João Leonardo, garantindo o direito à sua família de sepultar seu ente querido, mais de 40 anos depois da sua morte”, destacou Galo, antes de pontuar. “Outro fator importante é que possamos fazer também o resgaste histórico da memória daquele que foi um dos períodos mais nebulosos, grotesco e repugnante da história brasileira”.