O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembleia Legislativa, deputado Marcelino Galo (PT), condenou a violência agrária na Bahia que fez mais uma vítima na tarde de quinta-feira (13), com o assassinato do líder camponês e militante do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), José Raimundo Mota de Souza Júnior, em Antonio Gonçalves. O agricultor foi morto com diversos tiros no Povoado Quilombola de Jiboia, onde tinha propriedade.
“Foi com indignação e revolta que recebi a notícia desse brutal e covarde assassinato do companheiro Júnior Mota. Um jovem que dedicou a sua curta vida em defesa do direito a terra, das sementes crioulas, da agroecologia, da agricultura familiar e dos povos quilombolas”, lamentou Galo, para quem as circunstâncias do crime precisam ser esclarecidas e os responsáveis punidos “urgentemente”. “O conflito e a violência agrária são realidades que têm vitimado, covardemente, lideranças camponesas e defensores da democratização da terra em nosso estado. Não podemos continuar a assistir e permitir isso passivamente, é preciso que o Estado responda à altura no combate a ação desses criminosos”, enfatizou o parlamentar, que é engenheiro agrônomo e foi superintendente do INCRA na Bahia entre 2003 e 2005. Júnior Mota será sepultado neste sábado às 8 horas no Cemitério da comunidade de Jibóia.
Dados do Centro de Documentação “Dom Tomás Balduino” da CPT apontam a Bahia como terceiro estado no Brasil no número de conflitos no campo brasileiro, com 11% do total registrado no país. No espaço de um ano essa é a segunda morte registrada em Antônio Gonçalves resultante da violência agrária. Em 2016 na comunidade de Tijuaçu a vítima foi João Pereira.