Comissão da Verdade define calendário de trabalho


O deputado estadual Marcelino Galo (PT), presidente da comissão, destacou a importância de um trabalho conjunto, como instrumento para buscar a verdade. “Há uma perspectiva de que o executivo, que possui muito mais instrumentos e pode contar com peritos, assessoria jurídica e pesquisadores, instale uma comissão e que ela passe a funcionar em breve. Nosso objetivo é trabalharmos em conjunto para elucidar os casos e reescrever a história de pessoas que sofreram torturas e que ainda sentem isso na alma”, afirma o parlamentar petista.

Definições do calendário, sessões itinerantes e metodologia de trabalho, foram algumas das pautas debatidas na reunião, que apresentou um mapeamento de funcionamento para até o mês de dezembro. A ideia é planejar até este período dezenove sessões ordinárias, que fazem parte do calendário oficial da Alba, e que terão a capacidade de listar e convocar algumas pessoas que foram torturas ou vitimadas na época para serem ouvidas. A comissão pretende também realizar audiências públicas em algumas cidades estratégicas do interior da Bahia, que tenham a ver com lugares onde prefeitos foram caçados ou aonde, historicamente, sabe-se que ouve o tombamento de várias pessoas torturadas e presas, além de audiências em outras cidades que se tem conhecimento, mas que precisam de um registro mais aprofundado, como é o caso de Vitória da Conquista, Feira de Santana, Alagoinhas, Jequié, entre outras.

Ainda como pauta da atividade, a comissão discutiu a necessidade de dar celeridade no processo de firmar o protocolo de intenções com a Comissão Nacional da Verdade, para que o trabalho sirva de documentação oficial e para que todo registro possa ser inserido nos anais da história que se pretende constituir.

Participaram da reunião representantes da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (Cese), do Grupo Tortura Nunca Mais, do Comitê Baiano da Verdade, Juventude do PT, além dos deputados Zé Raimundo (PT), Maria Del Carmem (PT) e Álvaro Gomes (PCdoB).