Agricultura irrigada impulsiona ganhos de produtividade nas cinco regiões do País

Projetos de irrigação beneficiam agricultores familiares e aumentam a oferta de produtos, por isso, o governo federal tem investido no aperfeiçoamento e na ampliação da área irrigada no Brasil. Entre as iniciativas desenvolvidas está o Programa Mais Irrigação, que prevê investimentos de R$ 10 bilhões, em recursos federais e parcerias com a iniciativa privada, para aumentar a eficiência das áreas irrigáveis e incentivar a criação de polos de desenvolvimento.

Em outra frente, há o incentivo para que cada estado elabore Planos Diretores de Irrigação, com indicadores, metas e prioridades para a agricultura irrigada. Esse é um instrumento estratégico para a política pública voltada para o setor. Com a nova Política Nacional de Irrigação, aprovada este ano, novas estratégias para o desenvolvimento da agricultura irrigada foram estabelecidas, visando o aumento da produtividade, de forma sustentável e a redução de riscos climáticos para agropecuária.

Agricultura irrigada

De acordo com o último Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2006, as possibilidades da agricultura irrigada estão em todas as regiões. Na região Norte, por exemplo, 14,6 milhões de hectares apresentam as condições para o desenvolvimento de atividades agropecuárias que podem utilizar técnicas de irrigação. Já no Centro-Oeste são 4,9 milhões de hectares disponíveis. São mais 4,5 milhões de hectares no Sul, 4,2 milhões de hectares no Sudeste e 1,3 milhão de hectares no Nordeste.

No Nordeste, principalmente nos estados da Bahia e de Pernambuco, a fruticultura irrigada permite o desenvolvimento de polos regionais de produção e exportação. Já no Rio Grande do Sul, por exemplo, a irrigação adquire especial importância nas lavouras de arroz. A técnica da reservação, com a adequada distribuição da água ao longo do ano, por meio da irrigação, é fundamental nesse tipo de produção.
Meta da nova política de irrigação é chegar a 10 milhões de hectares cultivados até 2019

Na análise de dados preliminares do Produto Interno Bruto (PIB), em 2012, verifica-se que a produção agrícola dos estados do Centro-Oeste teve uma participação relevante e permitiu à região um crescimento de 3,3%. Esse resultado foi alcançado em grande medida pelo uso de técnicas de irrigação nas culturas com maior volume de produção, como o milho e a soja.

Segundo o professor Demetrios Christofidis, da Universidade de Brasília (UnB), a produtividade da agricultura irrigada brasileira chega a ser três vezes maior que a obtida com a agricultura tradicional. Em termos econômicos, o ganho com a irrigação é ainda mais expressivo. "A produtividade econômica decorrente da venda dos produtos irrigados é cerca de sete vezes maior daquele obtida com os produtos da agricultura tradicional", explica o professor de Sistemas de Irrigação e Drenagem, do curso de Engenharia Civil.

Atualmente, segundo dados da Agência Nacional de Águas, são 5,5 milhões de hectares irrigados no País. As culturas com mais áreas irrigadas são cana-de-açúcar (1,7 milhão de hectares); arroz em casca (1,1 milhão de hectares); soja (624 mil hectares); milho em grão (559 mil hectares) e o feijão de cor (195 mil hectares). O estado que concentra a maior área de lavouras irrigadas é o Rio Grande do Sul, com 984 mil hectares. Em seguida, estão São Paulo (770 mil hectares), Minas Gerais (525 mil hectares), Bahia (299 mil hectares) e Goiás (270 mil hectares).

Programa Mais Irrigação

Lançado em novembro de 2012, o Programa Mais Irrigação tem como proposta incluir o pequeno e o médio agricultor na cadeia produtiva, garantindo mercado, assistência técnica e preço justo, com investimentos de R$ 3 bilhões, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e outros R$ 7 bilhões vindos da iniciativa privada.

O programa será dividido em quatro eixos e estará presente em 66 áreas de 16 estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima, Sergipe e Tocantins.

As ações do Mais Irrigação vão abranger 538 mil hectares com vocação para a produção de biocombustíveis, fruticultura e ainda para a produção de leite, carne e grãos, que irão incluir o pequeno e o médio agricultor na cadeia produtiva, garantindo mercado, assistência técnica e preço justo.


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