A sobrevivência da bacia do Rio Jaguaribe foi tema de audiência pública, realizada na tarde ontem (18), pela Frente Parlamentar Ambientalista da Bahia, da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), que tem como coordenador o deputado estadual Marcelino Galo. O rio que nasce nos bairros de Águas Claras, Valéria e Castelo Branco e percorre cerca de 15,2 km em Salvador, sofre com o crescimento desordenado da cidade, com os impactos ambientais de obras públicas e privadas, e pela falta de políticas públicas efetivas de proteção do meio ambiente.
Durante a audiência foi apresentado diversos dados que comprovam o quanto a bacia vem sofrendo e sendo degradada pelo processo urbano em Salvador, uma vez que percorre os bairros de Jardim Nova Esperança, Cajazeiras VIII, Nova Brasília Trobogy, Mussurunga e Bairro da Paz. Localidades que cresceram nos últimos anos sem o devido cuidado e atenção com o meio ambiente e com a bacia, aumentando o passivo ambiental e ameaçando a sobrevivência do rio.
Segundo o debutado estadual Marcelino Galo, a bacia do Rio Jaguaribe e assim como todas as bacias que temos precisam de atenção para que sejam preservadas, restauradas e protegidas. “Não podemos deixar que o processo de urbanização e o crescimento da cidade se sobreponha a importância da preservação do meio ambiente e coloque em ameaça a sobrevivência das nossas bacias. O desenvolvimento das cidades é importante, mas é preciso executar atendendo todas as políticas de proteção e respeitando as normas”, afirmou.
Para Maíra Azevedo, do Movimento Jaguaribe Vivo, e Maria Alice Silva, do GT Pedra de Xangô, que trouxeram para o debate relatos e um desenho da situação atual em Salvador, é preciso pensar as questões ambientais da cidade em rede, fortalecer os movimentos em defesa do meio ambiente e fazer enfretamentos políticos necessários para defender não apenas o Jaguaribe, mas todo o meio ambiente.
A promotora do Ministério Público Estadual, Cristina Seixa, que acompanhou o encontro, solicitou o envio dos materiais apresentados, bem como outras informações, e marcou uma reunião para verificar as questões de obras que estão em andamentos e outros passivos apresentados. Na ocasião, também foi proposto uma nova audiência para se aprofundar mais no tema, a realização de uma audiência na Câmara de Vereadores de Salvador, e a inserção da vereadora de Salvador, Maria Marighella¸ na coordenação da criação da Frente Ambientalista Nacional de vereadores.
A audiência, promovida com o apoio do Movimento Jaguaribe Vivo e da Frente Parlamentar Ambientalista da Câmara dos Deputados, contou também com a participação de Lafayete Luz, da MAASA/Escola Politécnica da UFBA; Bete Santos, da Escola de Administração da UFBA; Mário Mantovani, da Frente Parlamentar Ambientalista da Câmara dos Deputados.
Texto: Alissandro Lima