O Afoxé Filhos de Gandhy comemorou mais um aniversário de fundação, no dia 18 de fevereiro. Para marcar a passagem da data, o deputado Marcelino Galo (PT) dedicou moção de aplauso ao bloco carnavalesco, na Assembleia Legislativa. "Há exatos 65 anos, os Filhos de Gandhy enfeitam com cor, música e tradição o Carnaval de Salvador, através de sua estética visual e ideológica, no intuito de expandir a paz e a coexistência de credos e religiões", declarou o parlamentar.
Conforme registros históricos rememorados pelo deputado, no ano de 1949 os estivadores do porto de Salvador estavam preocupados com a falta de trabalho nos portos e a política de arrocho salarial, gerada pela crise do pós-guerra. Em meio a tantos problemas, somados à impossibilidade de desfilar o bloco carnavalesco "Comendo Coentro", Durval Marques da Silva, conhecido como Vavá Madeira, teve a ideia de colocar um bloco na rua. Sua sugestão foi logo aceita pelos colegas da estiva – Hermes Agostinho, Manoel José Santos, Almir Passos, entre outros, que participaram da fundação do bloco Filhos de Gandhy.
Apesar de mais de 100 participantes inscritos, o medo da represália da polícia fez com que apenas 36 pessoas participassem da primeira saída do bloco. No ano de 1951, o Afoxé passa a aceitar trabalhadores de outras áreas e não apenas estivadores. Desde sua fundação, o bloco, que é constituído exclusivamente por homens e inspirado nos princípios de não violência e paz de Mahatma Gandhi, não parou de crescer. Atualmente, mais de 10 mil integrantes se intitulam "filhos de Gandhy", trajam-se de branco e turbantes, adornam-se com os colares de contas brancos e azuis, e desfilam pelas ruas, ritmados pelo agogô nos seus cânticos de ijexá na língua Iorubá, perfumando com alfazema e disseminando a cultura da paz no Carnaval baiano.
Fonte: Diário Oficial.