A exclusão do transporte universitário para Salvador de um grupo de 66 estudantes de baixa renda de Santo Amaro, no Recôncavo Baiano, por retaliação política pela prefeitura, foi denunciada ao presidente da Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembleia Legislativa, deputado Marcelino Galo (PT), e ao membro do colegiado, deputado Ângelo Almeida (PSB), nesta terça-feira (27). Cerca de 8 estudantes estiveram em audiência acompanhados da vereadora Giovanna Costa (PRTB). Ao todo, deveriam ser transportados 238 universitários para Faculdades na capital, na região da Avenida Paralela. Porém, segundo Sidnei Reis e Letícia Figueiredo, que representam os prejudicados, os universitários que protestaram pela implementação do transporte universitário no município foram impedidos de utilizar o transporte gratuito pela atual gestão do prefeito Flaviano Rhors da Silva (DEM).
“Eles disseram a gente que toda ação geraria uma reação. O critério para ter acesso ao transporte universitário é baixa renda, mas foi colocada a sobrinha do prefeito, empresários da cidade, pessoas apadrinhadas, indicadas por vereadores. E nós que realmente entramos no critério estamos de fora”, afirmou Sidnei, que participou dos protestos no início deste mês. “A gente gostaria que o critério inicial estabelecido fosse seguido e que de fato as pessoas de baixa renda possam ter direito ao ônibus universitário”, enfatiza Letícia, ao informar que só tem acesso aos veículos as pessoas que estão numa lista fornecida a um fiscal pela prefeitura municipal. Os deputados vão protocolar uma representação no Ministério Público para que o caso seja investigado. “É uma denúncia grave, que viola o direito desses estudantes e expõe o uso do poder político para retaliar, indevidamente, esses universitários e beneficiar aliados. Vamos provocar o Ministério Público para que medidas sejam tomadas”, afirmou Galo. “Vocês foram à frente da batalha para conseguir esse direito, que é um direito legitimo de vocês, e por terem estado à frente são retaliados. Essa retaliação, francamente, não pode ser aceita”, completou o deputado Ângelo Almeida.