“Somos escravos da alma, da solidariedade, não somos escravos do dinheiro”, diz médico cubano

Foto: Vitor Fernandes.O médico Ivan Albarran com o deputado Marcelino Galo e a profissional cubana[/caption]

Como continuidade desta formação, nesta sexta-feira (30), os médicos tiveram o primeiro contato com os prefeitos e secretários de Saúde dos municípios, durante o encontro na Universidade Aberta do SUS (Una-Sus), em Salvador, que contou com a presença do deputado estadual Marcelino Galo (PT), do secretário da Saúde, Jorge Solla, e de representantes do Ministério da Saúde. Na formação, os profissionais conhecem mais sobre os programas federais e estaduais ligados ao Sistema Único de Saúde, são informados sobre os dados dos municípios onde vão atuar, as doenças específicas da região e até adequação de linguagem.
Durante entrevista, o médico Ivan Ahmed Bouyon Albarran, um dos 50 cubanos na Bahia, comentou sobre as manifestações contra a chegada dos médicos de seu país e ressaltou que do Brasil só levará a lembrança dos sorrisos das crianças, dos idosos e das gestantes. “Nós somos médicos de alma, não nos qualificamos como escravos, aliás, pode ser. Somos escravos da alma, da solidariedade, somos escravos do sentimento humano, do amor, não somos escravos do dinheiro”, reitera o médico que vai atuar em Jeremoabo, no nordeste do estado. Ele ainda lembra que todos os médicos cubanos que chegaram à Bahia foram recepcionados com festa no aeroporto de Salvador.
Foto: Vitor Fernandes.Profissionais estrangeiros participam de formação na Bahia[/caption]

Para o deputado Marcelino Galo, esses profissionais especialistas em saúde da família vão trabalhar basicamente para ampliar a assistência na região onde não há médicos. “Eles não podem atender em outra situação, apenas dentro do Programa Saúde da Família. A ação já acontece há muito tempo e esse não é o primeiro convênio que traz médicos estrangeiros para atuar na Bahia, principalmente em municípios que precisam elevar seus índices sociais. Lembro que eles vão atuar apenas em locais onde não houve médicos brasileiros inscritos”, pontua Galo.
O secretário estadual Jorge Solla acredita que o preconceito com os médicos estrangeiros seja quebrado à medida que os profissionais vão trabalhar e conquistar a população e fala dos investimentos em curso. “Nós tivemos uma programação de 2013 a 2014 onde vamos ter R$ 500 milhões para reformar mais de mil unidades de saúde e ampliar mais de 800. Até o final deste ano, nós vamos estar completando mais de mil novos postos de saúde na Bahia. Nunca teve um investimento tão grande para a rede pública na atenção básica”.
Solla ainda informa que em todo o estado já está sendo disponibilizada, para cada unidade básica de saúde, a instalação da rede Telesaúde, um programa de retaguarda que possibilitará consultas especializadas com os profissionais contratados via Fundação Estatal de Saúde da Família, com o apoio da Universidade Federal da Bahia.