“Só eleições gerais e diretas poderão restabelecer a normalidade democrática no Brasil. Não há outra saída senão pelo voto direto e popular”. A afirmação é do coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista da Bahia, deputado estadual Marcelino Galo (PT), que participa em São Paulo do Fórum Brasil de Gestão Ambiental, representando a Assembleia Legislativa.
O parlamentar avalia que o impeachment sofrido pela presidente Dilma Rousseff em 2016, sem que houvesse cometido crime de responsabilidade, “um golpe parlamentar para atender os interesses do mercado”, consolidou a instabilidade institucional no Brasil e agravou a crise política.
“Está claro e evidente para a população qual foi o objetivo central do golpe. Ninguém tem mais dúvida de que a ruptura democrática atendeu os mais inescrupulosos interesses, seja para atacar e desmontar a engenharia nacional, a indústria naval e de petróleo brasileiro, seja para querer, sobretudo, retirar direitos e conquistas históricas da classe trabalhadora com essas reformas nefastas da previdência e trabalhista. Querem garantir o lucro do mercado, dos especuladores, custe o que custar, com Temer ou com Maia, e o povo brasileiro não pode aceitar isso, esse desmonte estrutural e civilizatório. É preciso ir à luta por eleições gerais e diretas”, enfatiza Galo, ao lembrar que até hoje os defensores das reformas tentam iludir à população com informações falsas sobre supostos benefícios de sua aprovação.
“Durante o processo do impeachment da presidente Dilma diziam que bastava tirar ela que a economia retomaria os investimentos, que o Brasil voltaria a gerar emprego, e o que vemos 1 anos depois do golpe? Mais de 14 milhões de desempregados, recessão econômica, corrupção atingindo os principais articuladores do governo usurpador, consolidação das crises política e institucional. E continuam a mentir, garantindo que a saída para crise é aprovação das reformas, ora, nos façam um favor e parem de mentir, porque o povo não é bobo, a população já sente até mesmo a falta de vacinas nos postos de saúde por conta da aprovação da PEC que congelou os gastos públicos por 20 anos, só para garantir os interesses e o lucro fácil desse Deus, onipresente e onipotente, chamado mercado”, critica o parlamentar, que considera a imprevisibilidade da atual conjuntura uma herança da ruptura democrática. “Hoje o Brasil tornou-se chacota no mundo. Basta observarmos o desprezo que é dado a nosso país, como ocorreu no encontro do G20 na Alemanha recentemente, porque não há segurança política e institucional. Uma vergonha, fruto dessa ruptura”, pontuou, recordando os tempos áureos do país no cenário internacional quando o presidente era Luiz Inácio Lula da Silva.