Seminário que debateu Reforma Política reúne deputados e autoridades políticas em Jacobina

Debater o destino do Brasil e de Jacobina, este foi o eixo central doSeminário "A Reforma Política que Queremos", realizado no sábado (11/06) no Sindicato dos Bancários no município. O evento reuniu o deputado federal Jorge Solla, o deputado estadual Marcelino Galo, o ex-deputado federal Amauri Teixeira, além dos vereadores Ronivon Martins (PT), Tiago Dias (PC do B) e Milton da Natureza (PV). Militantes políticos, sindicais, lideranças de movimentos sociais e da sociedade civil do território da Piemonte da Diamantina também participaram da atividade, cujas críticas foram direcionadas a contra reforma proposta pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que prevê o financiamento privado de campanha e não assegura cotas para mulheres, negros, indígenas e trabalhadores no processo político-eleitoral.

O ex-deputado Amauri Teixeira mostrou preocupação com o avanço da pauta conservadora no Congresso Nacional.Para ele, as conquistas democráticas, como a Constituição Cidadã de 1988 e o pleno funcionamento, com independência, das instituições republicanas, como o Ministério Público e a Polícia Federal, não podem ser impactados pelas forças da direita que tentam retomar o poder.“Estamos vivendo um momento sensível, delicado da vida política brasileira, precisamos ter cuidado e estar atentos para não permitir retrocessos”, frisou. Amauri destacou ainda que o financiamento privado de campanhas é rejeitado pela população brasileira e continua ser a principal responsável pelos casos de corrupção registrados nos últimos 30 anos no Brasil. Segundo pesquisas, 74% dos brasileiros percebem que é o financiamento empresarial fomenta a corrupção. Não adianta demagogia. Se não mudar a lógica do financiamento, não se acabará com a corrupção no Brasil. A causa central da corrupção no Brasil se chama financiamento privado de campanhas. Você acha que uma empresa vai doar 20 milhões por benevolência ou convicção ideológica? Claro que não”, ratificou, criticando a contra reforma proposta pelo presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha.

O deputado estadual Marcelino Galo, que na Assembleia Legislativa preside os trabalhos na Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública e coordena a Frente Parlamentar Ambientalista da Bahia, também criticou a pauta em debate hoje em Brasília. “O Eduardo lidera essa onda conservadora, retrógrada, reacionária, que foi construída numa disputa ideológica fabricada e reproduzida a partir de aparelhos que nós erramos quando não construímos uma estratégia de estabelecer uma hegemonia política correta na sociedade”, ressaltou. Galo também criticou o financiamento privado de campanha e defendeu maior participação dos trabalhadores na política e nos espaços de poder. “A verdade o que se deu foi uma contra reforma, não uma reforma política. Nós não vamos resolver o problema da representação política, o problema central que é o financiamento de campanha, que é um sistema que reproduz e leva a corrupção, com essa proposta que foi apresentada pelo Eduardo Cunha. Ao contrário, estamos constitucionalizando o financiamento privado de campanha, que está sendo incorporado se for aprovado pelo senado da forma como foi conduzida pela Câmara. As mulheres, que representam 51% do eleitorado, tentaram aprovar um regime de cotas, com 30% das cadeiras no Congresso, mas, junto com a esquerda progressista, foram derrotas. Então não há uma reforma política verdadeira que represente os anseios e espelhe o que é a sociedade brasileira e a classe trabalhadora almejam”, opinou Galo, antes de arrematar.“Temos que voltar a mobilizar o povo para que a iniciativa política parta da base, da classe trabalhadora, e não, como está colocado hoje, por forças reacionárias e retrograda que quererem tirar direitos do povo trabalhador e derrotar a esquerda e agenda progressista que instituímos no país nos últimos 12 anos. Temos que resistir a tentativa de golpe que está colocada, não só contra a presidenta Dilma, como para toda classe trabalhadora”.