Moradores, comerciantes, pescadores e marisqueiras da região denunciaram o alto nível de poluição das praias que dificultam o trabalho e a venda de pescado. Em dezembro do ano passado, uma manifestação aconteceu em decorrência a várias reclamações sobre a canalização dos esgotos para o mar, tornando as praias da região impróprias para banho. A poluição acarretou na diminuição de 70% do estoque de peixes, mariscos, ostras e crustáceos em geral que foram contaminados.
Maria Helena Ribeiro, marisqueira há 35 anos em Paripe, falou das dificuldades encontradas na atividade pesqueira. “Aqui sofremos com o esgoto aberto, mau cheiro, poluição das praias, a falta de limpeza e saneamento básico. A poluição está acabando com os mariscos, que não servem nem para consumo e muito menos para vender”, afirma.
Galo se comprometeu em colaborar com a população local. “Nessa região há um sério problema que não se trata só de saúde e saneamento, mas também de moradia e distribuição de renda. Temos que combater a pobreza para trazer mais dignidade a essas famílias. Vamos fazer um relatório e encaminhar para o secretário de Saúde, Embasa e se possível ao governador”, ressalta o parlamentar.
Saúde no Subúrbio
A comissão visitou as instalações do Hospital Geral João Batista Caribé e também constatou, por meio de denúncias, a falta de estrutura física e de profissionais qualificados para atender a demanda da região. Segundo a população, não há pediatras, obstetras e ginecologistas. De acordo com a diretora da unidade, Maria Letícia Carvalho, já foi solicitado ao Estado a reposição de novos profissionais. “Já fizemos a solicitação, mas muitos profissionais se recusam a trabalhar nessa área devido a alta periculosidade. Para atender a nossa demanda seria necessário cerca de 14 a 16 novos médicos, entre Clínico Geral, Anestesista, Neonatologista e Pediatra”, alega.
A diretora ainda ressaltou a necessidade de melhorar serviços básicos de saúde. “Temos que conscientizar a população de que o hospital é para atendimentos de emergência, e se qualificarmos os serviços básicos nos bairros não seria necessário vir até aqui. Cerca de 90% dos casos atendidos nesta unidade são atendimentos primários”, completa. A comissão também fará um relatório sobre a situação do Hospital.