A decisão do governo Michel Temer (PMDB) em reduzir o orçamento da Polícia Rodoviária Federal em quase 45% foi criticada pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembleia Legislativa, deputado Marcelino Galo (PT). O parlamentar avalia que a medida representa “um verdadeiro crime contra a sociedade” e que afetará, de maneira significativa, a fiscalização e combate ao crime organizado nos 6.500 quilômetros da malha rodoviária federal que corta a Bahia.
“É preciso chamar o governo golpista e usurpador à responsabilidade. O corte do orçamento é um ato insano, irresponsável, de quem não tem compromisso com a vida, com a segurança nas rodovias brasileiras. É uma decisão que prejudica o trabalho eficiente da PRF e contribui para o aumento de acidentes nas estradas e do contrabando, facilitando a atuação do crime organizado, além de prejudicar o atendimento aos acidentes”, enfatizou Galo, ao ilustrar o prejuízo ao funcionamento institucional da PRF com o fechamento dos postos nas rodovias à noite para gerar economia de água e energia.O contigenciamento também irá afetar a capacitação e treinamento dos policiais, a aquisição de viaturas e equipamentos, e mesmo o abastecimento da frota que atende a malha viária nacional, além do atendimento ao público nas sedes regionais da PRF.
Presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais na Bahia, Fábio Serravalle Franco, também critica a decisão do governo federal. Ele afirma que a PRF corre risco de “morrer por inanição”. “São tempos difíceis em que a matemática dos gabinetes de Brasília não conseguem enxergar os resultados que a PRF devolve à sociedade, com recordes em apreensões, reduções de acidentes, combate ao trabalho escravo, prostituição infantil, contrabando, descaminho, tráfico de pessoas, de drogas e de armas, entre outras atividades que são desempenhadas pela instituição”, observa. Em 2016, segundo o Portal da Transparência,a Polícia Rodoviária Federal arrecadou com multas R$ 540.990.009,47 (Quinhentos e quarenta milhões, novecentos e noventa mil, nove reais e quarenta e sete centavos).Atualmente, a PRF conta com10.382 policiais para fiscalizar no Brasil mais de 61 mil quilômetros de rodovias federais.