Barrado na Turquia e em vários estaleiros privados, o porta-aviões São Paulo pode atracar no Porto de Aratu, na Bahia. É o que alerta o deputado estadual Marcelino Galo, que recebeu informações que o navio poderia parar em águas baianas.
O imbróglio gira em torno da obscuridade com relação aos materiais presentes na embarcação, que podem ser amianto, PCBs e tem suspeita de fontes radioativas, com quantidades presumidas e subestimadas, já que apenas 12% de suas instalações teriam sido vistoriadas, pois o certificador internacional alegou não ter acesso a diversos compartimentos lacrados.
A carcaça do porta-aviões São Paulo foi vendida pela Marinha brasileira a uma empresa turca, em um leilão, para desmanche em Aliaga, na Prov. de Izmir, na Turquia. O governo turco, ao ser pressionado pelas ONGs e movimentos sociais, cancelou a autorização de atracamento em seu território quando a embarcação já se encontrava na costa da África, na altura de Marrocos, quase chegando no estreito de Gibraltar, que é administrado pelo Reino Unido, que barrou o seu acesso para o Mediterrâneo.
Para Marcelino Galo é necessário que haja uma interferência dos poderes estaduais a fim de que o meio ambiente não seja ainda mais poluído pela embarcação. “O governo brasileiro, por meio da Marinha do Brasil, precisam tomar uma posição com relação ao porta-aviões que há meses está à procura de um porto ou estaleiro pra atracar. Iremos enviar um ofício aos órgãos responsáveis pedindo esclarecimentos sobre o fato e impedir que este navio, que ainda não sabemos o quanto de material perigoso carrega, chegue ao Porto de Aratu.”
Com base na denúncia de que o Brasil descumpriu a Convenção da Basiléia, da qual é signatário, o IBAMA foi obrigado a revogar a autorização dada e mandou o navio voltar para o Brasil para realizar novo inventário e remoção do amianto ainda existente no navio (a Marinha fala em 9 ton.; os franceses que o construíram falam em 900).