A criminalização dos encontros de jovens em shoppings, chamados de rolezinhos, foi criticada neste sábado (18) pelo deputado estadual Marcelino Galo (PT/BA). Ele afirmou que os últimos acontecimentos no Brasil, em especial em São Paulo, revelam o grau de segregação social e racial impostos pela sociedade à juventude da periferia com a conivência do poder público.
“É a exclusão urbana e social e o preconceito em seu formato bruto, promovido por uma elite atrasada, somado a falta de espaços para as práticas esportivas, culturais e artísticas para os jovens da periferia. O Estado, através de sua força militar, a propósito, não pode criminalizar essa juventude nem permitir – muito menos patrocinar – a violência, a intolerância e o preconceito. A juventude pobre e negra deste país merece respeito, e não pode continuar a ser excluída e criminalizada”, enfatizou através de sua conta no Facebook.
Galo também considerou que a sociedade e o poder público foram convidados pelos jovens a refletir sobre a organização social e defendeu políticas públicas que promovam a inclusão através do esporte, da arte e da cultura. “Graças à rebelião dos excluídos, a perversidade socioeconômica veio à tona – para alguns – com mais nitidez, de modo que já passou da hora da sociedade fazer essa reflexão e o poder público promover o debate com aplicação de políticas públicas inclusivas e efetivas que viabilize a mobilidade cultural, esportiva e artística para os jovens das periferias. A rebelião sadia dos jovens, que saem assim da invisibilidade social, portanto, nos traz essa importante contribuição nesse contexto de luta de classes”.
O petista ainda criticou o governo de São Paulo por não propor o diálogo com a juventude.“No caso do Estado de São Paulo, aliás, o governo do PSDB, liderado pelo tucano Geraldo Alckmin, deveria promover o diálogo com esses jovens, ao invés de colocar a polícia para reprimir e criminalizar a juventude, como sempre fazem com os movimentos sociais. Não se pode negar aos jovens da periferia o direito constitucional de ir e vir. O direito a arte, cultura e educação”, pontuou Marcelino.
Em solidariedade ao que acontece em São Paulo, o primeiro rolezinho articulado na Bahia está marcado para acontecer no Shopping Barra, em Salvador, no dia 1º de fevereiro. O encontro para o centro de compra de um dos bairros mais tradicionais da capital foi mobilizado pelos baianos através das redes sociais.