O deputado estadual Marcelino Galo reagiu com indignação à Se Liga Bocão, na Itapoan FM. Ao falar sobre a polêmica em torno do IPTU, Mauro Ricardo não teve cerimônia em citar o pelourinho, onde quem não concordava em pagar os pesados impostos da coroa portuguesa, era açoitado em praça pública:“antigamente se botava as pessoas no pelourinho pra poder pagar as suas dívidas. Infelizmente hoje não é mais assim. Hoje é a Justiça. É a Justiça quem define e o prazo é estabelecido pela Justiça.” Galo foi a público, pedir a demissão do secretário.
“A administração de ACM Neto tenta se vender muito bem embalada por propaganda, mas diz a verdade a que veio pelos auxiliares mais importantes do prefeito, como Silvio Pinheiro e Mauro Ricardo”, afirmou. Na semana passada o deputado começou a articular a convocação do superintendente da Sucom para explicar o método da Prefeitura para as operações de “ordenamento” na cidade. Em declarações à imprensa, Silvio Pinheiro defendeu a chegada de surpresa para que as pessoas não tivessem chance de se organizar para defender seus interesses, como no caso da Favelinha.
“O sincericídio higienista do superintendente da Sucom é, no mínimo, tão grave quanto a fala racista do secretário da Fazenda”, argumenta Galo. Ele quer ouvir explicações de Pinheiro, mas encurta o caminho no caso de Mauro Ricardo: “ele já deve explicações pelo seu suposto envolvimento na máfia do ISS, quando foi secretário da Fazenda de São Paulo, mas lamentar a inexistência de um pelourinho para açoitar quem não concorda com a escorcha do IPTU é intolerável”. Marcelino cobra do prefeito a imediata demissão de Mauro Ricardo ao argumentar que “a administração da cidade mais negra fora da África não pode ter lugar para racistas”. Ele estuda a possibilidade de convocar Mauro Ricardo, além de Silvio Pinheiro, para dar explicações à sociedade baiana na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia.