Coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista da Bahia e vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente, Seca e Recursos Hídricos, o deputado estadual Marcelino Galo (PT) apresentou, na Assembleia Legislativa, uma moção de aplausos ao Papa Francisco pela publicação, no último dia 18, da Encíclica Laudato si, em defesa do meio ambiente e da vida. Tendo como temática central a ecologia, a encíclica apresentada pelo Vaticano traz reflexões sobre mudança climática, meio ambiente e pobreza justamente no ano em que a Conferência do Clima 2015, em Paris, reunirá representantes de 95 nações para firmar um pacto que vise combater as transformações pelas quais passa o clima mundial.
“No momento em que a sociedade baiana discute a regulamentação dos agrotóxicos, bem como outras questões ambientais e de saúde pública, causa conforto saber que o Papa Francisco também está preocupado com essa questão e convida os católicos a refletirem sobre o tema”, observou Galo, fazendo referência ao ponto 20 da Encíclica Sua Santidade o Papa Francisco.
“Existem formas de poluição que afetam diariamente as pessoas. A exposição aos poluentes atmosféricos produz uma vasta gama de efeitos sobre a saúde, particularmente dos mais pobres […]. A isto vem juntar-se a poluição que afeta a todos, causada pelo transporte, pelos fumos da indústria, pelas descargas de substâncias que contribuem para a acidificação do solo e da água, pelos fertilizantes, insecticidas, fungicidas, pesticidas e agrotóxicos em geral”, alerta o trecho do documento.
Autor de 3 projetos de lei que visam regulamentar o uso de agrotóxicos na Bahia, entre eles o que trata da proibição da pulverização aérea na lavoura e da rotulagem informativa sobre presença da substância venenosa nos produtos alimentícios, o deputado Marcelino Galo destaca que o posicionamento do Papa “representa” uma grande contribuição ao meio ambiente ao tempo que também espiritualiza e politiza o debate público sobre a questão.
“Neste sentido a EncíclicaLaudato sirepresenta uma grande contribuição da Igreja Católica ao meio ambiente, uma vez se tratar de um importante documento que orienta os milhões de católicos do mundo a preservarem a vida na “nossa casa comum”, no mais incisivo texto já escrito por um Papa sobre o meio ambiente. Ao mesmo tempo, o documento também politiza e espiritualiza o debate da participação da sociedade nas questões de cidadania, denunciando, mais uma vez, o consumismo”, enfatiza o parlamentar.
A encíclica é o grau máximo das cartas que um Papa escreve e a expressão 'Laudato si' (louvado seja) remete para o 'Cântico das Criaturas' (1225), de São Francisco de Assis, o religioso que inspirou o pontífice argentino na escolha do seu nome.
“Os ensinamentos de Sua Santidade à humanidade para que substituamos o modelo de desenvolvimento atual por um modelo sustentável e integral não pode passar despercebido por esta Casa. Nem tampouco a importância que a EncíclicaLaudato sitem não somente para os que professam a fé católica, cristã, mas para todas e todos que lutam pela preservação da vida em nosso planeta, em nossa ‘casa comum’”, observou Galo.