Para Gabrielli, nesse processo a mão-de-obra qualificada é o maior gargalo a ser enfrentado pela Bahia. “Em dois anos e meio o estaleiro Enseada do Paraguaçu tem que começar a produzir e a demanda será de 4 a 5 mil pessoas que ainda não temos disponíveis com a qualificação necessária. Além de toda parte de serviços e logística, que vai de empresas para montagem de porcas e parafusos específicos, até a manutenção de guindastes, são milhares de equipamentos requeridos nessas atividades”, alerta.
Quem também marcou presença no evento do Senge/BA, foi o deputado estadual e o engenheiro agrônomo Marcelino Galo (PT), que parabenizou a iniciativa pelo “debate tão elevado que mostra a importância da engenharia no desenvolvimento nacional e em diversas etapas dos projetos econômico-tecnológico da Bahia”. Para Galo, a participação dos engenheiros é essencial para a resolução de problemas e para manter uma rotina produtiva. “Precisamos, por exemplo, criar condições para novas formações acadêmicas e capacitar profissionais para atuar nessa área antecipando riscos e manuseando equipamentos tecnológicos, além de planejar e organizar os projetos”.
Idealizador do evento, o presidente do Senge/BA, o engenheiro Ubiratan Félix, esclarece o motivo de tanta atenção. “O Sindicato dos Engenheiros da Bahia marca presença em mais uma discussão do futuro do país, dessa vez, diante do desafio histórico de tornar essa grande riqueza do pré-sal um instrumento de desenvolvimento e soberania nacional”, diz ao lembrar a atuação da entidade na campanha “O Petróleo é Nosso” e “Fora Collor”.
Para Félix, o desafio é sobretudo também da engenharia, por ser força de organização e pensamento de um país soberano. “Não temos que ser apenas um país exportador de petróleo bruto. Desejamos exportar produtos elaborados com tecnologia de ponta, que para ser desenvolvida, requer alta demanda de engenheiros qualificados a nível técnico e de gestão”, ressalta.