Indígenas vão acampar na ALBA segunda-feira por educação e demarcação de terras

Cerca de 450 índios de diversas tribos indígenas da Bahia vão acampar no estacionamento da Assembleia Legislativa, na segunda-feira (29), para debater a conjuntura política e cobrar a demarcação de terras indígenas na Bahia. A ação faz parte do Acampamento dos Povos Indígenas no estado, que acontece até o dia 31 e terá debates sobre território, conjuntura, direitos e política indígena no Brasil. Na sexta (26) lideranças dos povos Pataxó e Payayá tiveram um encontro mediado pelo deputado Marcelino Galo (PT) com o presidente da ALBA, deputado Ângelo Coronel (PSD). Na pauta da audiência, além de apoio à demarcação de terras, eles também trataram da educação indígena e da estrutura de apoio para o Acampamento dos Povos Indígenas no estacionamento do parlamento baiano, onde pretendem se instalar representação de 143 comunidades e 22 etnias dos quase 57 mil índios no estado. Participaram da reunião Cacique Mucugê e as lideranças Katicoco e Mandi, do Prado, Cacique Payayá, de Utinga e o coordenador do Mupoiba, Kanru, Pataxó de Coroa Vermelha.

“O presidente Ângelo Coronel recebeu os líderes indígenas muito bem e garantiu o apoio necessário. Dialogamos sobre as demandas e direitos dos povos indígenas, que são fundamentais, e da necessidade do apoio político do parlamento baiano para garantir a efetivação desses direitos constitucionais”, afirmou Galo, que preside a Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembleia Legislativa. “Esta Casa sempre estará aberta para ouvir os reclamos da sociedade, dos baianos, sem distinção de classe, religião ou etnia”, frisou Coronel, que assegurou o aluguel de 20 banheiros químicos, obtenção de eletricidade para o evento, carros pipas, disponibilização do Serviço Médico e utilização de parte do estacionamento lateral para instalação da cozinha do acampamento.

Na Bahia, segundo levantamento do Conselho Indigenista Missionário, ligado a Igreja Católica, foram registrados 5 homicídios contra índios em 2015, motivados pela disputa de terras. O sul do estado é onde os conflitos agrários ocorrem, historicamente, de maneira mais acirrada e violenta.