O deputado Marcelino Galo participou do evento e ratificou a importância de quebrar o silêncio e esclarecer que Marighella não foi um assaltante de banco nem um facínora. “Ele foi sim um grande revolucionário que deve ser lembrado como um herói brasileiro”.
Galo ainda lembra da Comissão da Verdade, criada pelo governo federal e que faz um levantamento dos atos durante a Ditadura Militar. “Não se podia falar de Carlos Marighella na imprensa, ele era lembrado como um bandido, mas a sua atuação a favor da democracia o transformou em um herói para o Brasil, diferente do discurso que era pregado na sociedade. Essa homenagem ajuda, por exemplo, nas ações da Comissão da Verdade, que não poderá rever a Lei da Anistia, mas que poderá desmontar quase meio século de mentiras que os brasileiros foram obrigados a conviver”, pontua Galo.
Os deputados da bancada do PT se juntaram aos familiares do militante Carlos Marighella para realizar a homenagem. Estiveram na Alba, o filho, Carlinhos Augusto Marighella, os netos, Maria Marighella e Pedro Marighella, além de amigos e admiradores. Clara Charf, viúva de Carlos Marighella, que mora em São Paulo, enviou uma carta parabenizando os deputados petistas que foi lida por sua neta Maria. O filho Carlinhos destacou um documento do governador Jaques Wagner, que sugere a criação de um memorial para lembrar as ações de Marighella durante a ditadura. “Peço aos deputados que ajudem na construção do memorial e que auxiliem também na busca de documentos existentes sobre Marighella”, pontua Carlinhos.
Revolucionário, combatente e defensor da liberdade, Marighella foi assassinado no dia 4 de novembro de 1969, pelos agentes do DOPS, em uma emboscada coordenada pelo delegado Sérgio Fleury, na Alameda Casa Branca, em São Paulo. Ex-deputado federal constituinte, Carlos Marighella era considerado o inimigo público número um da Ditadura Militar.