A Consulesa Geral da República de Cuba na Bahia, Laura Ivet Pujol Torres, esteve reunida nesta quarta-feira (9), na Assembleia Legislativa, com o presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado estadual Marcelino Galo (PT), para tratar da campanha internacional pelo fim do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos em 1962 ao país caribenho. Galo articulou encontro da consulesa com deputados e lideranças partidárias e das bancadas da oposição e do governo na Bahia, quando um documento pedindo o fim do bloqueio econômico ao país caribenho foi apresentado para recolhimento de assinaturas de parlamentares.
De acordo com o parlamentar, a proposta é que a Casa Legislativa baiana também possa aprovar uma moção de apoio ao fim do bloqueio, somando-se as Assembleias Legislativas dos estados do Rio Grande do Sul, Ceará, Pernambuco e São Paulo, numa corrente política de apoio ao restabelecimento das relações entre os dois países da América. “Cuba tem dado enormes contribuições sociais, políticas e econômicas não somente na América Latina como no mundo. O Mais Médicos, cujos benefícios sociais são inegáveis para o povo brasileiro, é exemplo inequívoco disso. É preciso que as relações se estabeleçam na base do respeito, justiça e solidariedade entre nações soberanas e iguais em direitos”, afirmou Galo. “Os presidentes Barack Obama e Raul Castro já acenaram o desejo comum nessa reaproximação, e acho importante que os parlamentares americanos se sensibilizem e compreendam a importância e grandeza desse gesto. Cuba não pode ter seu desenvolvimento sabotado por diferenças políticas, por escolher o caminho alternativo ao capitalismo, que prima pelo desenvolvimento humano e social, que é o socialismo”, enfatizou o parlamentar.
“São quase 60 anos com essa política que tem impedido o nosso desenvolvimento econômico e também demandado de nós grande esforço para conseguir extraordinários logros sociais que temos conseguido. Mas tem o custo humano direto que é a questão dos medicamentos, o acesso às tecnologias, porque todas ou quase todas dependem de equipamentos de empresas norte americanas, que são negadas pra nós”, anotou Laura Ivet Pujol, ao ressaltar que Cuba não pode ser prejudicada por decidir segui um caminho diferente, “alternativo, como o socialismo”.
No dia 16, durante uma sessão especial na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, será lançada uma campanha nacional pelo fim do bloqueio econômico, quando será apresentado o documento com assinatura de parlamentares de todo o Brasil. Até agora mais de 85 parlamentares do país assinaram a carta que será levada a Washington, em colóquio que acontecerá neste mês de setembro, e encaminhado ao Congresso dos Estados Unidos pedindo o fim do bloqueio. Atualmente, com o restabelecimento de relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba, a principal reivindicação é o fim do bloqueio econômico. Mas apenas o Congresso estadunidense pode determinar o fim do embargo, visto que ele foi criado a partir de leis locais, há mais de 50 anos.