Uma audiência pública, proposta e presidida pelo deputado estadual Marcelino Galo (PT), debateu, nesta quinta-feira (26), na Assembleia Legislativa, ações que possam fomentar, desenvolver e fortalecer a cadeia produtiva e criativa do livro na Bahia. A atividade reuniu editores, escritores, poetas, artistas gráficos, representantes da Academia de Letras da Bahia e interessados no tema no Plenarinho da Casa e uma das propostas discutidas foi o projeto de lei nº 21.596/2015, de autoria de Marcelino Galo, que “Estabelece a Política Estadual do Livro”.
“Esse projeto vem no sentido da gente fortalecer, dar musculatura, a cadeia produtiva do livro na Bahia. Fomos provocados por alguns editores e escritores, como é um tema extremamente importante, não se justifica um estado tão grande e representativo do ponto de vista cultural, da educação, não discutir e não ter iniciativas que possam fortalecer esta cadeia”, afirmou Galo, ao destacar que um dos grandes objetivos da audiência hoje foi discutir o panorama do mercado editorial baiano, as políticas públicas e as ações que possam contribuir para essa cadeia produtiva.
“A presença da literatura baiana em nossos livros é uma questão de segurança educacional. Nossas crianças precisam aprender a ler a nossa Bahia. E aprender a Bahia no livro didático. Por isso a Bahia não pode está importando livro didático do sul maravilha. Por que, assim, por exemplo, onde vamos encontrar a história dos malês num livro de história do Brasil?”, refletiu o professor, escritor e membro do Conselho Estadual de Educação, Sergio Guerra. “A história do nosso país é uma história em que o povo passou em branco, porque literalmente é a história do branco”, sentencia Guerra, ao recordar do 2 de Julho eda Guerra de Canudosentre os exemplos à margem da literatura em nosso estado.
Durante a audiência, Galo ressaltou que a Lei propõe que o Estado da Bahia assegure a aquisição mínima de 30% de obras baianas publicadas por editoras baianas, de acordo com as necessidades das escolas e das bibliotecas, sob fiscalização do órgão competente, levando em consideração o currículo estabelecido, a autonomia escolar e a livre indicação dos professores.
Também participaram do debate Gleice Mendes, escritora, professora da UFBA e membro da Academia de Letras da Bahia, FernandoOberlaender, da editora Caramurê, João Vanderlei de Moraes Filho, diretor do Livro e da Leitura da Fundação Pedro Calmon, Aleilton Fonseca, escritor, professor da UEFS e membro da Academia de Letras da Bahia, Jorge Batista Serrano, Conselheiro Estadual de Cultura e presidente do colegiado setorial de literatura.