Em postagem no Facebook, na manhã deste sábado (21), o deputado estadual Marcelino Galo (PT) cobrou mais rigor na fiscalização de embarcações que são abastecidas com óleo, gás e petróleo no terminal químico do Porto de Aratu e navegam com essas substâncias pela Baía de Todos os Santos. O petista ressaltou que acidentes como o do navioGolden Miller, que explodiu na noite de terça-feira (17) enquanto eracarregado com 5.800 toneladas de gás propeno,compromete o ecossistema marinho e também a sobrevivência das famílias que tiram o sustento da pesca na Baía de Todos os Santos. A embarcação levaria o resíduo para o México.
“Dezenas de famílias que vivem da pesca artesanal, em Salvador, Candeias, e outras cidades da região da Baía de Todos os Santos, reclamam prejuízos depois da explosão do gás propeno e vazamento de 100 litros da mistura deóleo e lubrificante do navio Golden Miller, no Porto de Aratu. Pescadores, marisqueiras, comunidades quilombolas e a população da área atingida também estão preocupados com os gases tóxicos do navio estrangeiro lançado ao ar com a explosão”, escreveu Galo. “Os danos ambientais, econômicos e sociais causados pela incidente com o navio estrangeiro Golden Miller precisam ser apurados com muito rigor pelos órgãos competentes, com vistas a identificar de imediato às causas e responsabilidades e exigir reparação imediata dos responsáveis pelos impactos e prejuízos causados ao meio ambiente e as comunidades tradicionais afetadas. Os órgãos fiscalizadores precisam ser mais rigorosos com essas operações e megacorporações, inclusive para evitar a reincidência desses desastres, visto os danos – algumas vezes irreversíveis – que esses impactos podem causar ao ecossistema marinho e às comunidades que vivem e sobrevivem em torno da Baía de Todos os Santos”, ressaltou Marcelino Galo, que coordena a Frente Parlamentar Ambientalista da Bahia e ocupa a vice-presidência da Comissão de Meio Ambiente, Seca e Recursos Hídricos da Assembleia Legislativa.
Esse não foi o primeiro incidente envolvendo umnavio com a bandeira das Bahamas no Brasil. Em 1998, a embarcação despejou 22 mil toneladas de ácido sulfúrico na Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul, causando imensuráveis prejuízos aos pescadores artesanais da região. Com o desastre ambiental, eles ficaram meses sem conseguir vender o pescado à população. A empresa responsável pelo resíduo só foi condenada 14 anos depois pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. A indenização estipulada foi R$ 20 milhões.