O deputado estadual Marcelino Galo (PT) comemorou a aprovação da PEC do Trabalho Escravo com cautela. Com atuação nas questões agrárias desde quando frequentava os bancos da Faculdade de Agronomia na UFBA, o petista viu com desconfiança a movimentação da poderosa bancada ruralista no Congresso Nacional, que aprovou a emenda. “A aprovação foi, sem dúvida, uma grande vitória. Mas ainda parcial”, opinou Galo.
Para ele, o voto e os discursos das lideranças ruralistas são sinais da insuficiência dessa vitória que demorou 19 anos e do risco iminente para o combate efetivo ao trabalho escravo. “Por que tanto entusiasmo depois de quase duas décadas obstruindo a tramitação? Quando viram a aprovação inevitável, mudaram de estratégia e aprovaram o texto com uma modificação que pode transformar a PEC em letra morta, ao remeter a conceituação de trabalho escravo para uma lei ordinária”, argumenta Marcelino, para justificar sua desconfiança. E adverte: “movimentos sociais e ativistas pelos direitos humanos não podem abaixar a guarda. A hora é de avançar e regulamentar apenas a expropriação das propriedades onde se pratique trabalho escravo. E isso não pode levar mais 19 anos.”