A Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembleia Legislativa da Bahia aprovou, nesta terça-feira (9), a realização de uma audiência pública no mês de dezembro na Câmara de Vereadores da cidade de Palmas de Monte Alto, para levantar informações que leve ao paradeiro dos restos mortais do militante político João Leonardo, morto no município, no sertão da Bahia, em suposto confronto com policiais militares em junho de 1975. A proposta do deputado Marcelino Galo (PT), que preside o colegiado, é reunir informações a partir de relatos de camponeses, trabalhadores e moradores que acompanharam o caso na época e tinham alguma relação com João Leonardo. De acordo com Galo, isso pode contribuir com as buscas dos restos mortais do estudante de direito, professor e militante doMovimento de Libertação Popular (Molipo), organização dirigida por Carlos Marighella, que foi perseguido pelo Regime Militar. A data e horário da audiência, contudo, ainda serão definidas pelos deputados da Comissão.
“40 anos depois da morte de João Leonardo, ainda são nebulosas as informações sobre o paradeiro dos seus restos mortais e das motivações empreendidas pela Polícia Militar que resultou no seu tombamento. Com essa audiência, vamos buscar informações e esclarecimento da comunidade local para, a partir disso, empreender esforços junto ao poder público e o poder judiciário no sentido de localizar e realizar a exumação dos restos mortais do desaparecido, dando o direito à família de sepultar seu ente querido, além de fazer também o resgate histórico da memória e verdade do povo baiano na luta contra a ditadura militar”, afirma o deputado Marcelino Galo, ao lembrar que o militante viveu na clandestinidade com o nome de José Eduardo da Costa Lourenço temendo a perseguição do regime militar.