Na reunião que marcou a implantação da Frente Parlamentar Ambientalista da Bahia na 19ª Legislatura na Assembleia Legislativa, realizada nesta segunda-feira (25), o colegiado voltou a cobrar a punição dos responsáveis pelo crime socioambiental provocado pelo rompimento da barragem de rejeitos em Brumadinho no Estado de Minas Gerais, ocorrido há um mês, em 25 de janeiro. Coordenador do colegiado que abrange também a sociedade civil, o deputado estadual Marcelino Galo (PT) enfatizou que o Brasil não pode permitir que o crime continue impune e criticou as manobras para flexibilizar a legislação ambiental no país.
“Não é admissível que passado tantos dias do crime em Mariana, e também em Brumadinho, que os responsáveis continuem livres e impunes. É preciso que haja também reparação pelo crime contra a vida que a Vale e igualmente a Samarco cometeram. A punição tem que ser exemplar”, refletiu. “Por outro lado, está claro a movimentação do capital para flexibilizar a legislação ambiental e facilitar, assim, que novos e graves crimes possam ocorrer. A sociedade brasileira, que já viu a dimensão dos impactos e dos prejuízos socioambientais, precisa estar vigilante, organizada, pra lutar e não permitir que haja mais retrocessos”, afirmou Galo, que também exerce a vice-presidência da Comissão de Meio Ambiente, Seca e Recursos Hídricos da Assembleia Legislativa.
O rompimento da Barragem de rejeitos em Brumadinho, que já percorreu 250 km do Rio Paraopeba, prejudicando mais de 16 municípios mineiros, matou a bacia hidrográfica, 179 pessoas e deixou 131 desaparecidas. O crime socioambiental é considerado o pior desastre em uma barragem em todo o mundo na última década, segundo Organização Internacional do Trabalho (OIT). Ainda na reunião, o geógrafo e servidor do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA), Eduardo Gabriel Palma, que faleceu no último fim de semana, foi homenageado por colegas da Frente Parlamentar Ambientalista.