Durante as discussões do Grupo Contra os Impactos dos Agrotóxicos, nesta sexta-feira (15), no IV Congresso Latino Americano de Agroecologia, em Brasília, o deputado estadual Marcelino Galo (PT) criticou o desmonte da legislação ambiental e articulações encabeçadas por Michel Temer, com o apoio do PMDB, DEM e PSDB, junto à Bancada Ruralista, que visam flexibilizar e revogar a legislação que trata de agrotóxicos e do licenciamento ambiental no Brasil. No debate “Agrotóxicos e Organismos Geneticamente Modificados”, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, o parlamentar ainda alertou sobre os riscos à saúde humana do uso indiscriminado desses princípios ativos na produção de alimentos. Desde 2009 o país lidera o consumo de agrotóxicos no mundo, sendo também o principal importador e contrabandeador desses agroquímicos, responsáveis, segundo pesquisas científicas, por doenças como câncer, depressão, infertilidade, impotência, abortos, problemas endocrinológicos e malformações, e por contaminar o solo, os rios e o lençol freático. A Bahia, que ocupa o 7º lugar no ranking nacional de consumo desses agroquímicos, usa 46% dos agrotóxicos aplicados na produção de alimentos no nordeste.
De forma irresponsável, diria até criminosa, o governo golpista do consórcio PMDB, DEM, PSDB, com apoio da bancada ruralista, agrava ainda mais esse quadro com o desmonte da legislação ambiental no Brasil e com uma série de medidas que flexibiliza e libera o uso de agrotóxicos em nosso país”, criticou Galo, autor do Projeto de Lei que propõe a Política Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica. “É imprescindível e urgente dar um passo no sentido de mudar esse quadro, para o bem do meio ambiente e da saúde humana. E a transição agroecológica é fundamental nesse sentido, para que tenhamos mais sustentabilidade, mais inclusão e alimentos sem veneno no campo e nas cidades”, enfatizou o parlamentar, que participa das atividades na Capital Federal, representando a Assembleia Legislativa, desde quarta-feira (13).