Em audiência com secretário de Cultura do Estado, Jorge Portugal, e o diretor do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia, (IPAC) João Carlos Oliveira, nesta quarta-feira (2), o deputado estadual Marcelino Galo (PT) reforçou a importância do Tombamento da Casa de Marighella, localizada na Rua do Desterro no bairro de Nazaré, em Salvador, tornando-a parte de um roteiro cultural destinado à memória de episódios de repressão da ditadura militar no estado, o que o parlamentar classifica como “rota da resistência”. O encontro para debater a questão foi articulado conjuntamente com o Grupo Tortura Nunca Mais, o Movimento de Pequenos Agricultores (MPA) e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
De acordo com Galo, que é presidente da Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública e presidiu a Comissão Especial da Verdade da Assembleia Legislativa, responsável pela devolução simbólica em 2014 de 13 mandatos de deputados estaduais cassados durante a ditadura militar, a ideia é ter um roteiro para que as pessoas conheçam esse período da história no Brasil.
“É importante que a sociedade não esqueça o que representou para nossa civilização aquele período nebuloso, que os jovens conheçam nosso passado e como a digital daqueles acontecimentos históricos ainda hoje está presente em nossas vidas cotidianas, com a exclusão e marginalização dos mais pobres e na ausência de políticas públicas fundamentais para nossa evolução civilizatória. É fundamental, portanto, rememorar, para não esquecer, e resistir contra esses atrasos, como o que resultou no golpe parlamentar de 2016. O Tombamento da Casa de Marighella, tornando-a num espaço cultural e em uma verdadeira rota da resistência, tem esse simbolismo indispensável e fundamental para que possamos rememorar nossa história e resistir contra as forças do atraso que impedem o avanço civilizatório do nosso país”, analisa o parlamentar.
Na audiência, João Carlos ressaltou a importância do projeto desenvolvido pelo Ipac e acrescentou que a ideia é envolver o território com a criação da “rota da resistência” a partir do tombamento da Casa de Marighella. “Como há, por exemplo, no Dois de Julho”, exemplificou.