Estudar a viabilidade da criação da “Unidade de Conservação Horto Sagrado” reunindo o povo de santo, a comunidade local e as instituições públicas. Esse foi o objetivo da audiência pública promovida pelo coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista da Bahia, deputado Marcelino Galo (PT), que ocorreu na segunda-feira (8), no Terreiro Inci Mimó Aganjú Didé, em Cachoeira.
“Esta é uma proposta inovadora. Por isso mesmo precisamos avaliar o modelo a ser implementado e sua viabilidade. A ideia é criar uma unidade de conservação que também cultive as plantas e ervas sagradas para os adeptos do Candomblé. Elas podem até ser comercializadas, a depender da formatação final do projeto. Portanto essa é uma questão ambiental, cultural e religiosa. Saio daqui mobilizado, agradecido e orgulhoso de poder participar desta iniciativa”, afirmou o parlamentar.
Além do povo de santo e da comunidade local, a audiência reuniu professores e diretores de três campi da UFRB, representante da Reitoria, Sema, Secult, Sepromi, Inema, Iphan, Ipac, prefeitura de Cachoeira, além de pesquisadores e representantes de outras instituições.
“As plantas, no universo das religiões de matriz africana, são fundamentais para as práticas rituais e terapêuticas. Para a gente o meio natural é entendido como espaço sagrado. Por isso vislumbramos uma grande oportunidade na criação do Horto Sagrado, de salvaguardar o patrimônio imaterial presente no território e garantir a sustentabilidade cultural, ambiental e social dos terreiros do Recôncavo”, afirmou Pai Duda de Candola, anfitrião do evento e administrador do Terreiro Inci Mimó Aganjú Didé.