A situação socioambiental do Parque de Pituaçu, em Salvador, foi debatida nesta quinta-feira (15), na Assembleia Legislativa, em audiência pública presidida pelo coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Marcelino Galo (PT). Entre os pontos apontados por defensores do Parque como de alto risco para a existência da área verde, considerada a maior reserva ecológica da capital baiana, está o projeto da Via Atlântica, corredor de trafego pedagiado, com 6 pistas, que ligaria Salvador a Lauro de Freitas, atravessando o Parque de Pituaçu e o Vale Encantado na Paralela. Ele impulsionaria a especulação imobiliária e elevaria os impactos ambientais ao parque, área que conta atualmente com apenas 392 hectares de mata atlântica dos 660 que existia quando foi criado na década de 70.
Para garantir a preservação do Parque de Pituaçu, com o disciplinamento do seu entorno e a regularização fundiária, o que evitaria o avanço das ocupações e invasões irregulares, foi proposto à categorização da reserva como uma área de Conservação. A defesa de uma poligonal que garanta a integralidade do Parque de Pituaçu, com o ordenamento do uso do solo por um plano de manejo, também foi defendida no debate. Além disso, a criação do Corredor Ecológico de Todos os Santos interligando as áreas remanescentes de Mata Atlântica em Salvador. Na audiência pública ainda foi recordado os problemas causados pela falta de segurança e pela poluição causada por 36 mil pontos de esgoto no Rio Pituaçu, além dos impactos da construção do Parque Poliesportivo de Pituaçu que, mesmo com parecer contrário dos técnicos do Inema, está sendo planejada pela prefeitura de Salvador.
“Temos que tomar medidas que assegurem a preservação dessa importante reserva ecológica em Salvador, que possui rica biodiversidade, mas sofre essas ameaças frutos da ganância, da exclusão e do desenvolvimento urbano desordenado”, frisou Galo, que sugeriu a criação de um comitê, formado por representantes das comunidades no entorno da reserva e interessados em defender o parque, para acompanhar os encaminhamentos apresentados na audiência. Também participaram do debate representantes do Grupo Ambientalista da Bahia, do Instituto dos Arquitetos do Brasil, Amigos do Vale Encantado, do Comitê Gestor do Parque Municipal de Pituaçu, da Companhia de Polícia de Proteção Ambiental (COPPA) e técnicos do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos.