Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembleia Legislativa da Bahia, o deputado estadual Marcelino Galo (PT) usou a Tribuna do Plenário, nesta segunda-feira (14), para condenar a prisão do educador e militante político Walter Takemoto, ocorrida ontem (13) após um protesto contra a Globo em frente à Rede Bahia, no bairro da Federação, em Salvador. O parlamentar alertou para uma sequência de fatos que considera de extrema gravidade no Brasil por suas “conotações fascistas” e colocar em risco “a democracia, os direitos humanos e o Estado Democrático de Direito”.
“Na qualidade de presidente da Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública vou requerer ao Secretário de Segurança que identifique os policiais envolvidos na ação e investigue o que ocorreu. Nós queremos saber quem era o policial a paisana, quem eram os demais policiais e porque o flagrante foi forjado”, afirmou o petista ao refletir sobre a justificativa usada pelos policiais para a prisão de Takemoto. Galo também se referiu a bomba lançada contra o Instituto Lula, em julho de 2015, a condução coercitiva, sem base legal, do ex-presidente no último de 4 deste mês, o pedido de prisão preventiva, sem fundamentação jurídica, ocorrido três dias antes das manifestações convocadas pela oposição, a invasão pela Polícia Militar de São Paulo do Sindicato dos Metalúrgicos de Diadema, quando ocorria uma reunião de sindicalistas, e o ataque sofrido no último sábado (12) pela sede paulista da União Nacional dos Estudantes. Para o deputado esse conjunto de ações coordenadas teve por objetivo não só intimidar o PT e militantes de esquerda, mas, sobretudo, criar um cenário de instabilidade social e atentar contra o Estado Democrático de Direito.
“Há uma onda nitidamente fascista em nosso país. Esses fatos não são isolados. Nós, que defendemos a democracia e o Estado Democrático de Direito não podemos tolerar esse tipo de agressão, porque é preocupante o avanço das ações fascistas em nosso país que põe em risco à democracia, as conquistas sociais do último período e os direitos humanos”, emendou, ao lembrar que o último ataque a Sede da UNE foi em 1964 com o golpe militar que depôs o ex-presidente João Goulart.