A Frente em Defesa dos Peritos Técnicos se reuniu com a Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembleia Legislativa, nesta segunda-feira (9), para um café da manhã seguido de debate sobre a categoria. Estavam presentes no encontro articulado pelo deputado Marcelino Galo (PT), o ouvidor do Estado, Yulo Oiticica, os deputados Zó e Adolfo Menezes, membros do Sindicato dos Peritos Técnicos do Estado da Bahia (Sindpep), Alberto Durão, diretor institucional e o presidente doSindpep,Marcel Engrácio.
Os peritos estão lutando por maior autonomia na profissão. Para isso, eles estão se reunindo com diversos setores da sociedade civil, autoridades e órgãos públicos para mostrar a importância do trabalho. A categoria pretende também mudar a nomenclatura da profissão, eles querem ser chamados de peritos papiloscopistas.
Atualmente, são 380 profissionais na Bahia e a função fica subordinada aos peritos criminais. Para exemplificar a luta, os profissionais mostram o desempenho do Distrito Federal, que deu autonomia aos profissionais e 70% dos crimes são elucidados.
“As investigações na Bahia param na cena do crime”, afirmou Alberto Durão sobre a dificuldade dos peritos em promover o trabalho. Marcel Engrácio fala que o projeto não terá custo para o Estado, a luta não é por melhoria salarial. “O perito técnico está buscando dignidade para desempenhar suas atividades”, disse.
Durante a reunião, os peritos falaram que o Caso Geovane, a história do rapaz que foi executado pela Rondesp em Salvador, só foi elucidado por causa dos peritos papiloscopistas. A formação, os equipamentos, a qualificação técnica, o acumulo cientifico são destaques dos peritos baianos, conforme disse Yulo Oiticica. O ouvidor do Estado sugeriu ao sindicato que leve documento para conversa com o governador Rui Costa com o intuito de levar a discussão para o comitê gestor do Pacto Pela Vida. Yulo também sugeriu uma visita ao cardeal da CNBB afim de garantir apoio de setores da sociedade civil.
O deputado Marcelino Galo destacou que essa luta é para a reestruturação da segurança pública. “Precisamos debater, definir papeis para não se estabelecer concorrências. Com a garantia da independência dos peritos técnicos teremos mais eficiência e agilidade para identificar criminosos”, pontuou Galo.