A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) debateu durante o dia de ontem (27), no auditório da reitoria, em Cruz das Almas, a regulamentação dos agrotóxicos na Bahia. O seminárioorganizado pela Frente Parlamentar Ambientalista e pelo Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas (CCAAB) para entender o panorama do uso de agrotóxicos no Brasil e na Bahiacontou com a participação de alunos e professores. Durante o encontro, mediado por Elvis Lima Vieira do CCAAB, os docentes Carlos Alfredo, Flávia Barbosa e Daniel Castro abordaram questões relativas aos efeitos dos agrotóxicos sobre o homem e o meio ambiente e trataram também da produção de alimentos livres dessas substâncias. O deputado estadual Marcelino Galo (PT), que coordena a Frente Parlamentar Ambientalista da Bahia, apresentou 4 projetos de Lei e 2 Indicações, de sua autoria, que visam regulamentar a comercialização e o uso de agroquímicos no estado. Além disso, Galo apresentou o Projeto de Lei, também em tramitação na Assembleia Legislativa, que propõe a Política Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica na Bahia. O parlamentar destacou a importância desse conjunto de iniciativas, associadas ao interesse da comunidade acadêmica, de movimentos sociais e cada vez mais de setores da sociedade, para que a produção de alimentos livres de agrotóxicos se fortaleça.
“Esse arcabouço, construído a partir de um conjunto de audiências públicas que fizemos envolvendo representantes do Ministério Público, da comunidade acadêmica, ambientalistas, da sociedade civil e do setor produtivo, surge da necessidade de regulamentar esse descalabro que há hoje, pois está comprovado cientificamente que os agrotóxicos, e seu uso indiscriminado, comprometem tanto a saúde humana, com intoxicações agudas, como a natureza, com a contaminação do solo, do lençol freático, tornando-se uma verdadeira bomba relógio que estar prestes a cobrar seu preço”, enfatizou Galo no debate na Universidade, antes de criticar também a desoneração de impostos sobre agrotóxicos no Brasil. “É um mercado de R$ 12 bilhões, com custos danosos ao meio ambiente e à saúde pública, e que, portanto, não pode ter benesses do Estado”, pontuou. Além do reitor da UFRB, Silvio Soglia, também participou do seminário de Orlando Pereira da Coordenação de Pesquisa, Inovação e Extensão Tecnológica da Secretaria de Desenvolvimento Rural.