Os 30 anos de atuação daPastoral da Criança, comemorados no último dia 5, e os Direitos da Criança e Adolescente no Estado da Bahia foram refletidos durante uma audiência pública proposta e presidida pelo deputado estadual Marcelino Galo (PT), na Assembleia Legislativa, nesta terça-feira (15). Formada essencialmente por mulheres, a maioria negras, a Pastoral, organismo de ação social da CNBB, atua por 21 dioceses da Igreja Católica no estado levando vida, fé e esperança a milhares famílias e crianças baianas. O trabalho das voluntárias consiste em orientar e acompanhar as famílias em ações básicas de saúde, educação, nutrição e cidadania promovendo ações que fortaleçam o desenvolvimento integral das crianças no estado.
Ao lembrar dos trabalhos iniciados por Dra. Zilda Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, morta em 2010 num terremoto no Haiti, Galo destacou o protagonismo das mulheres no trabalho desenvolvido pela Pastoral na defesa dos direitos das crianças e na redução da violência familiar e comunitária. “O trabalho desenvolvido pelas voluntárias surge na tentativa de inverter, de tirar as crianças desse ciclo de violência que permeia o país, fazendo delas a principal vítima. Esse protagonismo das mulheres da pastoral, iniciado por Dra. Zilda, é fundamental pra que nossas crianças tenham direitos, tenham direito a uma boa alimentação, ao acesso à boa educação, a saúde de qualidade, a integração social, porque isso é essencial para o seu desenvolvimento completo e integral”, destacou.
O espírito da solidariedade, da fé, do amor e respeito ao próximo norteiam as ações da Pastoral em seus 30 anos na Bahia, afirmou Cosme Oliveira, coordenador Estadual da Pastoral da Criança no estado, ao também destacar o legado deixado pela Dra. Zilda Arns. A Secretária Nacional da Pastoral da Criança, Ana Rute, ressaltou a importância da fé no voluntariado. “Vivenciar a misericórdia, é vivenciar o que cada voluntária faz nas comunidades. É essa misericórdia de Deus que nos dá força, nos alimenta. É fé no social e na transformação do social”.
Durante a audiência, o deputado Marcelino Galo informou queoProjeto de Lei nº 15.634/2006, de autoria do ex-deputado Yulo Oiticica (PT), que visa criar na Bahia o Dia Estadual do Líder da Pastoral da Criança, será reapresentado no parlamento para que entre na pauta de votação da Casa. “Desarquivar esse projeto hoje é fundamental para que a gente, a cada dia, homenageie essa instituição que merece tanto respeito e admiração e muito apoio de todo estado brasileiro e de toda sociedade”, pontuou Yulo, que hoje é Ouvidor Geral do Estado.
Mais de 200 mil voluntários, dos quais 110 são líderes comunitários, acompanham 1,3 milhão de crianças menores de 6 anos e 70 mil gestantes. A pastoral da criança tem ação em 35,6 mil comunidades e promove o acompanhamento de 1 milhão de famílias. Essa ação dedicada e voluntária de líderes, que desenvolvem um trabalho solidário, comunitário e transformador, contribui para o fortalecimento da cidadania de todas as famílias envolvidas. Os Líderes são sujeitos ativos que se lançam no trabalho árduo de construção de uma vida mais digna e humana para todas as famílias atendidas, dando atenção integral às suas necessidades nas dimensões física, mental, social e espiritual.