Fé, resistência e toques dos alabês paraos orixásderam o tom da Sessão Especial de Entrega da Comenda Dois de Julho àMaria Stella de Azevedo Santos, a Mãe Stella de Oxóssi, uma daspersonalidades mais importantes da cultura afrobaiana, nesta sexta-feira (14), no plenário da Assembleia Legislativa da Bahia.
Proponente da homenagem, o deputado estadual Marcelino Galo (PT) lembrou que a sacerdotisa, além de fazer a comunicação entre os membros da comunidade e os orixás, ajuda a desenvolver a espiritualidade do povo. “Essa é a primeira vez que uma autoridade religiosa de matriz africana recebe esta Comenda na Alba. Por meio desta Casa Legislativa o povo da Bahia presta um ato de reconhecimento e justiça à Mãe Stella de Oxóssi, cuja sabedoria nos orienta e nos inspira”, afirmou o parlamentar.
Ao som dos atabaques e vestidos de branco, filhos e filhas de santo de mais de 120 terreiros estiveram na Casa Legislativa para homenagear Mãe Stella, queé a quinta Ialorixá na linha de sucessão do Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, um dos mais antigos e tradicionais de Salvador, quealém da parte espiritual, desenvolve um trabalho social, através da fundação de uma escola que atende cerca de 300 criançasque aprendem, entre outras coisas, a cultura africana iorubá.
“Não sonhava que chegaria ao ponto de receber essa Comenda. Foi uma surpresa agradabilíssima. Eu acho que é uma evolução pro nosso Estado uma Yalorixá negra receber essa homenagem. Essa medalha não é só minha, é de todos os negros e negras do axé”, destacou Mãe Stella.
Participaram da atividade a vice presidente da Academia de Letras da Bahia, Drª Myriam Fraga,a secretária de Promoção da Igualdade Racial, Vera Lúcia Barbosa, o ex-governador e vereador Waldir Pires, o secretário de cultura do Estado, Jorge Portugal, o reitor da UNEB,José Bites, o secretário de Turismo, Nelson Pelegrino, o Maestro Carlos Prazeres, os vereadores Edvaldo Brito e Silvio Humberto erepresentantes daRede de Combate ao Racismo e a Intolerância Religiosa, da Fundação Pedro Calmom e Fundação Cultural Palmares, da Secretaria Municipal da Reparação, do Conselho Municipal da Comunidade Negra, do Tribunal de Justiça da Bahia, além da sociedade civil.