O presidente da Comissão Especial da Verdade da Assembleia Legislativa da Bahia, deputado estadual Marcelino Galo (PT), afirmou, nesta terça-feira (9), que o ataque do deputado federalJair Bolsonaro (PP-RJ)a também deputada Maria do Rosário, na Câmara Federal, precisa ser denunciado aos organismos internacionais de defesa dos direitos humanos e dos direitos da mulher.
Em discurso no plenário, nesta tarde, Bolsonaro afirmou que não "estupraria" a petista porque ela "nao merecia". A afronta aconteceu logo depois de Rosário elogiar o trabalho da Comissão Nacional da Verdade, que entrega seu relatório final na quarta-feira (10), Dia Internacional dos Direitos Humanos.A agressão, na avaliação do deputado Marcelino Galo, obriga a Câmara dos Deputados a tomar uma providência imediata através do Conselho de Ética da Casa. “Esta não é a primeira vez que o Bolsonaro passa dos limites ao afrontar e desrespeitar não só uma deputada, mulher séria, combativa e honrada, mas também a toda a sociedade, em especial as mulheres com essa agressão descabida”, pontuou Galo. Para ele, o fato de Jair Bolsonaro fazer a defesa empolgada da Ditadura Militar, defender seu retorno e negar que tenha ocorrido estupros, torturas, assassinatos e sumiços de corpos durante o regime, já era o suficiente para a Câmara dos Deputados se posicionar.
“Certamente, ele está empolgado com uma minoria ínfima que pede a volta da ditadura, e quer reeditar os tempos nefastos, onde mulheres eram estupradas na frente dos filhos e dos maridos nos porões da tortura. Bolsonaro é reincidente em ataques a Maria do Rosário e a democracia, a Câmara tem que dar o exemplo e tomar uma providência imediata contra quem agride a todos com esta descompostura”, afirmou Marcelino Galo, que integra o Movimento PT, corrente interna do Partido dos Trabalhadores da qual a ex-ministra Maria do Rosário é a principal liderança.