O deputado estadual Marcelino Galo (PT), presidente da Comissão Especial da Verdade da Assembleia Legislativa da Bahia, lamentou nesta quarta-feira (02), em Vitória da Conquista, o fato de o Brasil não ter criado as condições jurídicas para punir os torturadores da época da ditadura militar, responsáveis pelo sumiço e morte de centenas de brasileiros e brasileiras que defenderam a democracia e as liberdades individuais no país. O petista participou, na Câmara de Vereadores, da sessão especial de rememoração do Golpe Militar.
“Apesar de termos um governo liderado por quem foi torturado e perseguido, não criamos as condições para punir os responsáveis pelos crimes da ditadura porque conciliamos demais. Temos muita coisa por fazer, porque a corrupção, a desigualdade social e as deficiências da educação pública são algumas das conseqüências da ditadura ainda não superadas", enfatizou Galo, que na segunda-feira (31), em sessão histórica de reparação na Assembleia Legislativa, fez a devolução de 13 mandatos parlamentares cassados durante a ditadura militar na Bahia.
O debate sobre o regime militar (1964-1985) na capital do sudoeste baiano foi promovido pela Comissão Municipal da Verdade, que é presidida pelo vereador Florisvaldo Bittencourt (PT). Durante os anos de chumbo, Vitória da Conquista teve o prefeito José Pedral Sampaio cassado, vereadores cassados e o vereador Péricles Gusmão assassinado. Também participou da solenidade o jornalista e ex-preso político, Emiliano José.