O presidente da Comissão Especial da Verdade da Assembleia Legislativa da Bahia, deputado estadual Marcelino Galo (PT), voltou a defender ontem a revisão da Lei de Anistia e a punição aos torturadores de presos políticos na época do regime militar (1964-1985) no Brasil. No ato pela Reinterpretação da Lei da Anistia no Forte do Barbalho, Galo lamentou que o Brasil seja o único país sul-americano onde torturadores nunca foram condenados. "Destruíram vidas, prenderam arbitrariamente, torturaram, mataram e deram sumiço em milhares de homens e mulheres", lembrou o petista, responsável pela sessão histórica na segunda-feira (31) de devolução de 13 mandatos parlamentares cassados durante a ditadura militar na Bahia.
A atividade do Barbalho foi promovida pelo Grupo Tortura Nunca Mais, do Comitê Baiano pela Verdade, em parceria com outras entidades de defesa dos direitos humanos. Homenagens aos advogados que auxiliaram os presos políticos da época foram feitas na visita ao maior centro de tortura da Bahia. Um Manifesto Pela Vida e Justiça também foi apresentado no ato, que contou com a participação de ex-presos políticos, do presidente da Ordem dos Avogados do Brasil, seção Bahia (OAB-BA), Luiz Viana Queiroz, o coordenador da Comissão Estadual da Verdade, Joviniano Neto, o deputado federal Emiliano José, o ex-presidente da Petrobras e atual secretário do Planejamento da Bahia, José Sergio Gabrielli, do secretário de Cultura, Antônio Albino Rubim. No ato foi inaugurado o Memorial de Resistência do Povo da Bahia, com o descerramento de uma placa contendo os nomes de todos os presos que passaram pelo Forte do Barbalho. O memorial, que será administrado pela Secretaria da Cultura do Estado da Bahia, funcionará em uma das antigas celas do local.