A Comissão de Meio Ambiente, Seca e Recursos Hídricos da Assembleia Legislativa da Bahia realiza nesta quinta-feira (28), às 9 horas, na Câmara de Vereadores de Belmonte, no Extremo Sul do Estado, uma audiência pública para discutir e avaliar os impactos socioambientais e econômicos causados pela construção de uma barragem sobre o Rio Jequitinhonha. O autor da proposta, deputado estadual Marcelino Galo (PT), vice-presidente do colegiado, defende que o dano causado à comunidade seja reparado pelo Grupo Neoenergia, responsável pela obra.
“A comunidade de Belmonte e de toda região tem sofrido os graves efeitos do assoreamento do Rio Jequitinhonha. Um banco de areia formado na foz do rio em impede a saída das embarcações dos pescadores para o mar, além de prejudicar o ecossistema local, já que os peixes não sobem mais o rio para reproduzir. Além disso, o desequilíbrio gera o problema de inundação, pois quando chove o rio invade ruas e casas por não poder correr para o mar. O problema ainda atinge o transporte fluvial das crianças até as escolas, que tem perdido diariamente 3 horas para chegar à escola, quando antes se fazia o mesmo percurso em 1 hora. Esses problemas têm relação com a construção da Hidrelétrica de Itapebi e precisam ser discutidos coletivamente”,afirma o petista, que também coordena a Frente Parlamentar Ambientalista da Bahia.
O Rio Jequitinhonha percorre 920 quilômetros entre a nascente, em Serro, Minas Gerais, até a foz, em Belmonte, na Bahia. A usina hidrelétrica de Itapebi registrou, em 2012, lucro líquido de R$ 185,7 milhões. A obra de R$ 550 milhões foi iniciada em 1999 e concluída em fevereiro de 2003. Também participarão da audiência a Colônia de Pescadores de Belmonte, o Ministério Público, o IBAMA, a Câmara de Vereadores, a prefeitura e a população local.