Demora em aprovar projeto que propõe restituição de mandatos cassados na ditadura deixa governador surpreso

Foto: Divulgação/Daniel Ferreira. Governador Jaques Wagner, deputado Marcelino Galoe o prefeito de Jitaúna, Edson Silva.

O governador Jaques Wagner se disse surpreso com a demora na aprovação do projeto de resolução nº 2.2010/2013, de autoria do deputado estadual Marcelino Galo (PT), que declara nula as Resoluções da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa que extinguiu o mandato de deputados estaduais no período da ditadura militar na Bahia. Wagner também garantiu “total apoio” para que a proposição do petista, que encontra-se em análise na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa, seja aprovada.

A afirmação do governador aconteceu nesta quarta-feira (23) na audiência articulada por Marcelino Galo com prefeitos, na governadoria. Eles foram reivindicar mais obras e serviços para os municípios de Caatiba, Ibirapitanga, Jitaúna e Ribeirão do Largo. Jaques Wagner também foi convidado pelo petista, presidente da Comissão da Verdade da Assembleia Legislativa, para participar da audiência pública, no dia 20 de novembro, em comemoração ao centenário de Giocondo Dias. Ele teve os seus direitos políticos cassados em 1948.

Sebastião Nery –Semana passada, em depoimento em sua residência no Rio de Janeiro ao deputado Marcelino Galo, o jornalista baiano Sebastião Nery afirmou que as articulações para o golpe militar na Bahia aconteceram na Base Aérea de Salvador. As declarações do ex-deputado estadual, que também teve seu mandato cassado em 1965, repercutiram na imprensa e no meio político do Estado. Entre os atores das conspirações que derrubaram o ex-presidente João Goulart e cassaram dezenas de deputados, segundo Nery, estão religiosos, políticos e pessoas ligadas a sociedade civil.