Quem assistiu ao pronunciamento do petista Marcelino Galo se sentiu representado e viu o deputado defender a cantora Daniela Mercury e os casais com relação homoafetiva. Ele ainda disparou contra os deputados Marco Feliciano (PSC-SP), atual presidente da Comissão de Direitos Humanos, da Câmara Federal, chamando-o de infeliz, e contra o baiano Sargento Isidório, que, para o petista, fez um discurso lamentável.
“Quero manifestar o desagravo em meu nome e, com certeza, em nome de boa parte dos deputados da Assembleia à nossa musa Daniela Mercury, mulher corajosa, digna, que assumiu sua relação homoafetiva por ter o direito de fazer isso. Vivemos em uma democracia, com estado de liberdade, temos que garantir os direitos individuais de todos os que vivem na sociedade, e essa casa aqui tem a responsabilidade de garantir os direitos da minoria. Aqui não se permite o desrespeito e o incentivo ao ódio como foi feito”, declara Galo.
Marcelino Galo disse ainda que Daniela Mercury merece respeito e que ela representa esse estado. “Essa mulher merece respeito, assim como merece respeito os gays, as lésbicas, os velhos, os negros, que são abençoados por Deus também”. O deputado ressaltou que a Bahia também é a terra dos Orixás, “que mostra a beleza da democracia, de viver com as diferenças de forma igual” e que não se pode proliferar o ódio na ‘Casa do Povo’. Galo foi reverenciado por outros deputados, como os oposicionistas, Targino Machado (PSC) e Carlos Gaban (DEM), e o petista Zé Raimundo, que reforçaram sua fala.
O parlamentar petista ainda fez referência às mulheres e ao povo negro, que também foram atacados por Isidório e por Marco Feliciano em suas falas e foi incisivo quando falou da complacência dos partidos de esquerdas. “Eu acredito que o Partido dos Trabalhadores, os partidos de esquerda do Congresso Nacional, tiveram culpa quando relegaram a segundo plano a comissão tão importante daquela Casa, que era a de Direitos Humanos. Por isso que ela foi cair na mão daquele infeliz [Marco Feliciano]. Infeliz porque ele sabia que aquela comissão é de Diretos Humanos e das minorias, que tem o seu direito, e esse direito vem sendo feito com luta que ultrapassa as fronteiras”, conclui Galo.