De acordo com Marcelino Galo (PT), a ida ao centro de pesquisa é uma atividade inicial para capacitar e qualificar os parlamentares na elaboração de políticas públicas voltadas para as áreas dependentes de chuva.
O deputado, que é vice-presidente da comissão, considera que, ao invés de medidas emergenciais, a região precisa de infraestrutura capaz de armazenar água, alimentos e forragens para as pessoas e animais nos períodos críticos. “Precisa ter políticas permanentes a partir de um planejamento estratégico da sustentabilidade sócio econômico e ambiental do semiárido”, afirma.
Para ele, embora a seca seja uma das piores dos últimos 50 anos, não é diferente de outras que já assolaram a região. O problema é que, quando a chuva chega, fica a sensação de que a seca acabou, “mas ela nunca acaba, é um fenômeno cíclico” que, com maior ou menor intensidade, atinge toda a parte semiárida do Brasil.
“A despeito de existirem estudos e alternativas para armazenamento de água, a produção de forragens para os rebanhos e de culturas alimentares para as pessoas, os investimentos feitos em infraestrutura são escassos e direcionados de forma equivocada”, argumenta o deputado.
Ele ainda critica a falta de investimento na assistência técnica à agricultura familiar, e as opções agrícolas equivocadas, como a bovinocultura, o plantio de milho, que fazem com que os efeitos da estiagem sobre a economia sejam mais negativos.
No centro de pesquisa da Embrapa, os deputados assistem, inicialmente, a uma palestra do Chefe Geral da instituição, Natoniel Franklin de Melo, sobre o papel da Embrapa Semiárido no desenvolvimento regional. Depois, será a vez de um grupo de pesquisadores falarem acerca das tecnologias e programas de convivência com a seca, como o 1 Milhão de Cisternas (P1MC), Uma Terra mais Duas Águas (P1+2), Água Doce, barragens subterrâneas e o potencial frutífero das espécies nativas da caatinga.
Também faz parte da programação técnica, a apresentação de pesquisa que busca adaptar espécies frutíferas de clima temperado ás condições de cultivo irrigado no semiárido. Após as palestras, os deputados visitarão os locais onde as tecnologias são avaliadas no campo experimental.
Para Natoniel, a visita dos parlamentares é uma oportunidade para se discutir problemas e avaliar possíveis soluções para as questões da convivência com o semiárido, tanto ao nível das propriedades quando em dimensão territorial ou regional. E esse debate feito junto com as organizações da sociedade civil nos fará alcançar o que é cada vez mais necessário nesse momento de seca intensa: a criação de políticas estruturantes que planeje o desenvolvimento sustentável no semiárido do Brasil.
Itinerante – Após a visita à Embrapa Semiárido, os deputados participam na cidade de Juazeiro (BA), a partir das 14 h no Centro de Cultura João Gilberto, de uma sessão itinerante da Assembléia Legislativa. O evento é aberto a todas as pessoas embora apenas os deputados farão uso da palavra.
Contudo, as pessoas poderão contribuir com os trabalhos da Assembléia apontando carências ou problemas regionais em formulários que serão distribuídos pouco antes do início do evento e que deverão ser depositados em urnas disponibilizadas no local. Esse material será sistematizado e o Legislativo se empenhará na busca de soluções junto aos demais poderes ou órgãos estaduais e ainda ampliará a discussão através das comissões técnicas da Casa.
Site Embrapa Semiárido