“Esses técnicos, em fase de capacitação, darão organicidade realizando mutirões de documentação, auxiliando na criação de cooperativas e de associações e estimulando a superação das diferenças de gênero no campo”, declara Galo. Ele aponta os dados do Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que “revelam que um entre cada quatro brasileiros que vivem no campo está em situação de extrema pobreza. No Nordeste, 48,5% dessa população é mulher e historicamente, principalmente no meio rural, as mulheres são as mais afetadas pela extrema pobreza”.
O parlamentar avalia que o direcionamento para as mulheres é fundamental para modificar os índices de pobreza no estado. “Nas comunidades quilombolas a serem visitadas pelos técnicos, a orientação é criar mecanismos para as mulheres acompanharem o diagnóstico e a elaboração dos projetos produtivos individuais e coletivos. Esses mecanismos vão desde a criação de espaços recreativos para as crianças, que propiciem tempo livre às mães para participar das discussões, até o método de abordagem dos técnicos ao fazer as entrevistas em cada residência”.
Galo ressalta também que “no Brasil, entre as mulheres em extrema pobreza do meio rural chefes de família, 1,6 milhão não têm rendimento próprio. O menor acesso das moradoras do campo aos recursos fica mais claro nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios [Pnad] de 2009. A pesquisa mostra que, enquanto um homem recebe, em média, R$ 84 mensais pelo trabalho na produção agrícola, o rendimento médio delas é de apenas R$ 9 mensais”.